O choque de oferta provocado pela guerra na Ucrânia pode acabar ampliando as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando no Brasil. Esta é uma das conclusões da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 22, e indicou que a projeção para o IPCA de 2022 no cenário de referência está em 7,1%, para um centro da meta de 5% para o ano.
O documento é fruto da reunião da semana passada que aumentou para 11,75% a taxa Selic praticada no país, após três altas consecutivas de 1,5 ponto. Conforme a ata, “a reorganização das cadeias de produção globais, com a criação de redundâncias na produção e no suprimento de insumos e mudança no tratamento dos estoques de bens (no sentido de se deter maiores estoques), ganhou novo impulso com o conflito na Europa e as sanções aplicadas à Rússia”.
“Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens”.
Ao tomar a decisão, o BC informou que deverá fazer novo ajuste de um ponto na Selic na próxima reunião do Copom, em maio, buscando avançar “significativamente em território ainda mais contracionista” na tentativa de domar a inflação.