Cada vez mais isolada, a Rússia desistiu de pôr uma resolução humanitária sobre a Ucrânia em votação no Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira, ao saber que carece do apoio dos aliados mais próximos, segundo diplomatas que pediram anonimato à Agência France Presse (AFP), nesta quinta-feira.
“Recorreram ao copatrocínio” para seu texto sobre o aspecto humanitário “e não houve retorno”, disse um embaixador que não quis ser identificado, insinuando que nem a China nem a Índia demonstraram apoio à iniciativa, que gerou polêmica.
A Rússia, que apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança na terça-feira, pediu uma votação na quarta-feira antes de mudar de ideia, adiando a análise para quinta-feira e, depois, para sexta.
Moscou previa contar com o apoio da China e da Índia, dois países que se abstiveram, em 25 de fevereiro, na votação da resolução apresentada pelos Estados Unidos e pela Albânia para denunciar a “agressão” da Ucrânia, vetada pela Rússia.
“Nesta semana, perversamente, a Rússia apresentou uma resolução que, entre outras coisas, pedia proteção para civis, incluindo mulheres e crianças. É um jogo cínico diante do sofrimento humano extremo”, criticou a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, nesta quinta-feira.
“Justamente quando as forças russas atacaram Mariupol”, em particular um teatro que servia de abrigo a centenas de pessoas e crianças, completou a diplomata britânica.
“A Ucrânia nunca vai ser uma vitória para Putin. Independentemente do progresso que ele fizer, ou das pessoas que ele matar ou das cidades que ele destruir”, afirmou a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
