Rússia bombardeou teatro na Ucrânia mesmo com aviso de presença de crianças

Número de sobreviventes e vítimas ainda é desconhecido

Conflito vai encarecer combustíveis, grãos e fertilizantes - Crédito: Mariupol / Reprodução/Twitter

O bombardeio da Rússia ao teatro de Mariupol, cidade de 400 mil habitantes, destruiu, nessa quarta-feira, o local que servia de abrigo para quem teve de abandonar os locais onde vivia por conta da guerra. Havia centenas de crianças no teatro, e imagens divulgadas nesta quinta-feira mostraram que os ucranianos haviam pintado os dois pátios do edifício com a palavra “crianças”, a fim de avisar sobre a presença delas. Apesar disso, o ataque ocorreu e o número de sobreviventes e vítimas ainda é desconhecido.

Os esforços de resgate foram prejudicados por escombros e por novos bombardeios sobre a cidade. Mas, de acordo com Serhi Taruta, um político ucraniano, muitas pessoas saíram vivas do local. As informações foram apuradas pela Agência Estado.

Apesar das fotos de devastação, acredita-se que as famílias buscaram refúgio em um porão antibomba – construído ainda pela União Soviética – que resistiu ao ataque. O porão serve de esconderijo para centenas de famílias desde que tropas russas cercaram Mariupol e que a cidade começou a ser bombardeada.

Até 1,2 mil pessoas se protegiam no teatro, segundo o vice-prefeito. A Human Rights Watch, citando entrevistas com refugiados, colocou esse número entre 500 e 800.

A câmara da cidade de Mariupol disse que um avião russo jogou uma bomba no teatro, e considerou o ataque “deliberado e cínico”. A Rússia negou ter alvejado o local, mas, apenas em Mariupol, os ataques já atingiram vários prédios civis, incluindo apartamentos residenciais, uma maternidade e uma igreja.

Cerca de 300 mil pessoas seguem presas na cidade, sem eletricidade, gás e água encanada. Os sinais das operadoras de celular também foram perdidos e a reposição de alimentos e remédios depende da entrega de ajuda humanitária – o que, segundo a Ucrânia, a Rússia vem impedindo.