Brasil tem a segunda maior taxa de juros reais entre 40 países

Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou a elevação da taxa Selic de 10,75% para 11,75%, um crescimento de um ponto percentual e a maior desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25%. E o comunicado já deixou claro que vem mais um aumento, no mesmo patamar, no mês de abril.

O aumento, pela nona vez seguida seguido da taxa em um ciclo de alta que começou em março de 2021, já era esperado pelo mercado financeiro. Com o aumento, o Brasil só perde para Rússia no ranking dos 40 países com os maiores juros reais elaborado pela gestora de recursos Infinity Asset. Se considerados os juros nominais, o Brasil ocupa o quarto lugar entre as maiores taxas do mundo, atrás da Argentina (42,50% ao ano), Rússia (20%) e Turquia (14%).

Na reunião do Copom de fevereiro, após elevar a Selic em 1,50 ponto percentual, a autoridade monetária indicou a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. Entretanto, os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia e o impacto nos preços de commodities, tem levado à disparada das estimativas de inflação em 2022, foco principal da política monetária, que vem se afastando do centro da meta (3,25%).

JUROS NOS ESTADOS UNIDOS

Nos Estados Unidos, também nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) elevou os juros em 0,25% e projetou que sua taxa básica atingiria um intervalo entre 1,75% e 2% até o fim do ano, a maior em quatro anos. No comunicado, a autoridade monetária norte-americana cita uma nova postura agressiva contra a inflação que levará os custos de empréstimos a níveis restritivos em 2023.

Mesmo assim, a inflação deve permanecer acima da meta de 2% do Fed, ficando em 4,1% neste ano a mais alta em 40 anos, e caindo apenas para 2,3% até 2024. O crescimento econômico previsto é de 2,8% para 2022, uma queda acentuada ante a taxa de 4% projetada em dezembro. A taxa de desemprego também deve cair para 3,5% neste ano, mas deve subir para 3,6% em 2024.