Reajuste dos combustíveis já chegou ao consumidor em Porto Alegre

Menor variação encontrada nos preços, nessa manhã, era de R$ 0,29. Valor mais alto do litro atingia R$ 7,29

Foto: Ricardo Giusti / Correio do Povo

Os impactos do segundo reajuste aplicado pela Petrobras, em 2022, nos preços do diesel e da gasolina já foram sentidos pelo consumidor em Porto Alegre. Os valores nas bombas foram alterados ainda nessa quinta-feira em parte dos estabelecimentos da cidade, enquanto centenas de pessoas faziam filas para encher o tanque. Oficialmente, os reajustes entraram em vigor à meia-noite desta sexta.

Nessa manhã, a equipe de reportagem da Rádio Guaíba percorreu pontos centrais da cidade e constatou aumento médio de R$ 1 no valor dos combustíveis. A menor variação era encontrada em um posto da avenida Farrapos, que reajustou a gasolina em R$ 0,29 na comparação com o valor de ontem.

O litro mais caro era encontrado em um estabelecimento da rua Sete de Setembro e em outro da avenida Assis Brasil: R$ 7,29. Em outras áreas da cidade o preço mais recorrente era de R$ 6,99.

O Correio do Povo também percorreu os locais e conversou com alguns condutores. Em um dos locais, que vendia gasolina a R$ 6,99 o litro, na avenida Aparício Borges, o marceneiro e proprietário de uma empresa de móveis planejados, Frederico Machado, abastecia dois veículos, um deles dirigido por um funcionário. Evitando repassar os valores cobrados aos clientes durante a pandemia, ele admitiu hoje que vai precisar mudar de ideia. “Incide direto no nosso trabalho. Onera para o meu cliente porque vamos ter que repassar. Tenho duas caminhonetes rodando e mais dois carros particulares”, explica.

Na esquina entre as avenidas Cavalhada e Vicente Monteggia, outra prestadora de serviços criticava os novos valores. “Esse aumento foi pesado. Eu sou autônoma e muitas obras já estão orçadas. Não tenho como repassar o reajuste e perco dinheiro”, disse Bruna Santos, que trabalha com serviços de pintura. A placa, usada como chamariz, trazia o valor de R$ 6,89 como sendo promocional, mas Bruna comparava: “Ontem, mesma placa de promoção era de R$ 6,29. Estranho porque, anteontem, era de R$ 6,19. É uma promoção que aumentou”.

Depois de quase dois meses sem reajustes, a Petrobras decidiu elevar os preços de venda da gasolina e do diesel às distribuidoras, enquanto o Congresso ainda analisa projetos visando minimizar o impacto da cotação internacional do petróleo para o consumidor final – cenário agravado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Além da gasolina, que ficou 18% mais cara para as distribuidoras, o diesel teve aumento de 25%. O gás de cozinha, ou GLP, também subiu 16%.

Explicações

Na Avenida Assis Brasil, no estabelecimento com maior valor encontrado, a gasolina comum era vendida a R$ 7,29 e a aditivada a R$ 7,49 o litro. O proprietário, Bruno Mengue, disse que somente repassou o aumento na refinaria. Na quinta, os valores cobrados eram de R$ 6,29 e R$ 6,49, respectivamente. Mostrando a nota fiscal da compra dos combustíveis, ele salientou que o valor da gasolina comum subiu de R$ 5,80 para R$ 6,60 para o posto.

O proprietário frisa que há restrição de compra e teme que falte combustível. Ele solicitou à distribuidora 20 mil litros de gasolina, mas só recebeu 10 mil. “O medo é não normalizar a entrega e poder faltar o combustível. Acho que isso pode acontecer. Foi a primeira vez que chegou menos combustível que o pedido”, contou.

Filas em posto que manteve preço

Embora a grande maioria dos postos tenha apresentado aumento entre quinta-feira e hoje, alguns mantiveram o valor antigo, proporcionando filas, nessa manhã. Esse cenário era encontrado, por exemplo, em um estabelecimento na avenida Diário de Notícias. O posto amanheceu com o valor de R$ 6,26 pelo litro da gasolina comum, o mesmo do dia anterior.