O presidente da República, Jair Bolsonaro, revelou que ao menos nove ministros deixarão as pastas para concorrer às eleições de 2022. A declaração ocorreu durante a live desta quinta-feira. “A Damares vem pelo Amapá; em Pernambuco, o Gilson; em São Paulo, o Tarcísio ao governo; no Rio Grande do Norte, o Rogério Marinho ao Senado; no Rio Grande do Sul, o Onyx governador; a Tereza Cristina ao Senado em Mato Grosso do Sul; no DF, a Flávia Arruda no Senado; na Bahia, o João Roma a governador”, citou.
Bolsonaro citou ainda Marcos Pontes na disputa pelo cargo de deputado federal por São Paulo. “Temos ex-ministros também”, completou. O preisente também disse que vai ter um assessor direto concorrendo como suplente ao Senado na Paraíba, Tércio Arnaud.
“O resto não sei se alguém vai querer disputar alguma coisa. Temos muita esperança do Tarcísio em São Paulo, mas todos têm chance de se eleger, porque saem do governo mostrando alguma coisa, o que fizeram, houve muita exposição”, avaliou.
Falando sobre economia, o presidente citou o que considerou avanços promovidos pelo Banco Central durante o mandato, como o Pix e o saque de dinheiro inativo. “O Banco Central descobriu R$ 8 bi em contas inativas. Eu podia ter ficado quieto e o dinheiro não voltar. Mas foi feita uma campanha. […] A questão do pix, em novembro, tivemos R$ 1,2 bi em movimentações. Dezembro aumentou: R$ 1,460 bi. Janeiro, R$ 1,3 bi. Segundo o Banco Central, se essas transações não fossem por Pix, os bancos teriam arrecadado cerca de R$ 4,9 bilhões em tarifas. Em um ano, aproximadamente R$ 20 bilhões.”
Mineração
Após a Câmara dos Deputados aprovar um requerimento de urgência para o projeto de lei que autoriza a exploração de minério em reservas indígenas, nessa quarta-feira, Bolsonaro também comentou o tema afirmando que ele é de interesse dessa população e pode trazer avanços para as comunidades.
“Nós apresentamos, em fevereiro de 2020, um projeto de lei para que possamos explorar minerais nas áreas indígenas, de acordo com o interesse deles. Foi aprovada urgência na Câmara. Lógico que temos urgência, mas, mesmo aprovando, vai levar dois ou três anos para produzir algo. […] Os indígenas querem isso aí. Alguns são influenciados por ONGs e são contra. Mas uma parte considerável já quer fazer o que o fazendeiro vizinho faz na propriedade. O projeto não é impositivo, os indígenas têm que dar o sinal verde para você explorar. Eles podem ter ganho e servir para benefício deles.”
O projeto de lei busca permitir a realização de pesquisa e da lavra de recursos minerais e do aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica em terras indígenas, desde que haja a autorização do Congresso Nacional e o consentimento das comunidades indígenas afetadas. O texto ainda busca autorizar que indígenas desenvolvam atividades econômicas nas terras, como agricultura, pecuária, extrativismo e turismo.
Combustíveis
Jair Bolsonaro também acompanhou as votações no Senado, nesta quinta-feira, que aprovaram dois projetos sobre combustíveis. O principal deles muda a fórmula de cálculo do ICMS, um imposto estadual responsável por 25% do preço dos combustíveis (em média), e zera a cobrança de PIS-Confins dos combustíveis até o fim do ano.
O texto tinha sido aprovado pela Câmara no ano passado, mas retorna agora para a análise dos deputados, já que sofreu alterações no Senado. Na live, o presidente reafirmou que vai sancionar imediatamente o texto sobre o ICMS após a aprovação, como já havia adiantado ao Blog do Nolasco mais cedo.
“Com a sanção, na questão do diesel, por exemplo, já reduzo em torno de 33 centavos por litro. Os governadores reduzem em torno de 27 centavos. Então, o desconto de impostos será de 60 centavos do litro do diesel. Como seria bom se a Petrobras reajustasse na segunda ou terça-feira. Mas não posso interferir na Petrobrás. Se pudesse deixar para dar o reajuste na segunda ou terça-feira estaria tudo resolvido”, reclamou.
Bolsonaro se referia ao anúncio da empresa de que vai aumentar os preços de venda de gasolina e diesel às distribuidoras a partir desta sexta-feira. A gasolina da Petrobras fica 18% mais cara para as distribuidoras, enquanto o diesel vai ter aumento maior, de 25%. O GLP, também reajustado, fica 16% mais pesado na conta. O preço final ao consumidor depende da política de cada revendedor e de cada posto.
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