Informe de operadores de investimentos de grandes bancos brasileiros distribuídos nesta manhã a clientes traça um cenário preocupante e sinaliza alta generalizada de preços em curto e médio prazos. Enquanto as atenções estão voltadas para a impressionante escalada dos preços do petróleo no cenário internacional, o trigo e o milho, importantes componentes das balanças comerciais dos países, com impacto direto no preço dos alimentos e até na cadeia de produção da carne, chamam a atenção.
O Bradesco, por exemplo, adverte seus investidores de que “o trigo atinge o maior preço desde 2008” – isto é, em 14 anos, e que “o milho avança 25% só neste ano, atingindo maior valor desde 2013”. Embora o Brasil não seja dependente da Rússia na importação desses itens, a pressão internacional na oferta dessas commodities terá impacto em cascata nos preços. No caso brasileiro, o reflexo poderá ser sentido no preço da carne, uma vez que os grãos são parte importante da ração animal.
A nova rodada de negociações pelo cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia é vista com ceticismo, diante de declarações recentes do presidente Putin e também dos aliados da Ucrânia no Ocidente. A percepção é de que o cenário aponta para instabilidade duradoura e manutenção das incertezas no ambiente econômico internacional.