Em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia e com o impacto no preço do petróleo, o presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta segunda-feira (7), leis anteriores sobre o tema e a paridade do preço internacional do produto e afirmou que a crise “é grave, mas dá para resolver”.
Durante entrevista à Rádio Folha, de Roraima, Bolsonaro foi questionado se a crise internacional vai impactar o bolso do brasileiro. O chamado Preço de Paridade de Importação (PPI)) é o custo do produto importado trazido ao país. A atual política de preços da Petrobras busca seguir o PPI para evitar prejuízos, considerando indicadores como o valor do barril do petróleo e o dólar.
“Não. O barril do petróleo saiu da casa dos US$ 80 para US$ 120. Tem uma legislação errada feita lá atrás, que você tem uma paridade do preço internacional. O que é tirado do petróleo leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo”, respondeu o presidente.
Na sequência, contou que vai se reunir à tarde com o Ministério da Economia para discutir o assunto. “Estamos vendo isso aí, sem mexer, sem ter nenhum sobressalto no mercado, e vai ser tratado hoje à tarde em mais uma reunião.”
“Isso que está acontecendo, o preço altíssimo do petróleo, é algo anormal, atípico, que o governo, junto com a Economia e a Petrobras, vai buscar uma alternativa, porque se você for repassar isso para o preço dos combustíveis tem que dar aumento de 50%. Algo inadmissível. O mundo está com problemas sérios, e nós temos alternativa”, afirmou Bolsonaro. “A população não aguenta uma alta com esse percentual aqui no Brasil”, completou.
Nesse domingo (6), o preço do barril de Brent do mar do Norte se aproximou de US$ 140, muito perto do recorde absoluto de US$ 147,50 de julho de 2008. A disparada ocorreu após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, dizer que Washington e seus aliados debatem a proibição das importações de petróleo e gás da Rússia.
Nesta segunda-feira (7), o preço do gás natural voltou a bater um recorde histórico no mercado europeu, com alta de mais de 60%, a 345 euros o megawatt-hora (MWh). A Rússia, que também pode ser punida nesse setor, é responsável por 40% das importações de gás europeu.