O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB) disse neste sábado, por meio de nota, ser “inaceitável e que será tratada com rigor e seriedade pelas esferas de investigação do parlamento” as declarações depreciativas feitas pelo deputado Arthur do Val (Podemos) sobre as mulheres ucranianas. Em áudio vazado nesta sexta, o deputado diz que as ucranianas são “fáceis porque são pobres”, entre outras afirmações de cunho machista e sexual.
“A Alesp se solidariza com as mulheres, em especial às ucranianas, e reforça sua luta em defesa e proteção de todas, representadas por conquistas históricas, ações efetivas e leis em vigor”, diz a nota divulgada por Pignatari (veja íntegra ao final desta reportagem). Em entrevista neste sábado, Pignatari disse que o caso deve ser tratado pela Comissão de Ética da Alesp.
Do Val, conhecido como “Mamãe Falei” é pré-candidato ao governo de São Paulo e integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). O deputado viajou à Ucrânia, que está sob ataque de tropas russas desde o dia 24 de fevereiro, para, segundo ele, prestar auxílio à população do país. Ele retornou ao Brasil neste sábado e enfrenta uma série de críticas, mesmo entre os integrantes de seu partido.
A presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), disse que as declarações são “gravíssimas e inaceitáveis”. O ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato à Presidência, repudiou as afirmações do deputado e disse que não dividirá palanque com ele. A namorada dele, Giulia Blagitz, anunciou nas redes sociais que eles “seguiriam caminhos distintos”, e a ex-embaixatriz da Ucrânia no Brasil Fabiana Tronenko pediu que ele tenha o mandato cassado.
Em um trecho da gravação, o deputado afirma: “Vou te dizer, são fáceis porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, afirmou o deputado.
Neste sábado, o deputado gravou um vídeo em que admite que suas falas foram “escrotas e machistas”, mas negou que tenha ido à Ucrânia em meio à guerra para fazer turismo sexual.
