Rússia pede suspensão de exportação de fertilizantes

Medida afeta o Brasil

Divulgação da artee: Portal R7

O governo russo recomendou aos exportadores do país que suspendam temporariamente as exportações de fertilizantes até que os serviços de transporte interno e externo sejam normalizados e que as transportadoras forneçam garantias de que os trajetos serão concluídos. A determinação foi feita nesta sexta-feira pelo Ministério da Indústria e Comércio russo, conforme informações da agência estatal de notícias Tass.

“Está surgindo uma situação em que, devido à sabotagem das entregas por parte de várias empresas de logística estrangeiras, os agricultores da Europa e de outros países não podem receber os volumes contratados de fertilizantes”, afirmou o ministério.

A orientação aos exportadores ocorre em meio à guerra da Rússia com a Ucrânia e com a ausência de transportadores marítimos da região por receio de sequestro de navios ou de que as embarcações sejam atingidas por mísseis. Diversas empresas de navegação ao redor do mundo suspenderam temporariamente as operações envolvendo portos russos.

O governo brasileiro reconhece as dificuldades de importar fertilizantes da Rússia em meio à guerra na Ucrânia. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, descartou totalmente, nessa quinta-feira, a possibilidade da importação de fertilizantes russos durante o conflito. Ela reconheceu o impacto do conflito na Europa nos preços dos alimentos.

“Temos suspensão desse comércio porque não temos como pagar esses produtos, nem navios para carregar. Enquanto houver guerra, é totalmente descartada a possibilidade de receber fertilizantes”, afirmou Tereza Cristina, nesta quinta-feira, durante transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao lado dele, a ministra disse, ainda, que o Irã vai substituir o abastecimento de uréia que viria da Rússia.

A Rússia é um dos maiores produtores de fertilizantes. É o segundo maior exportador mundial de nitrogenados e terceiro maior exportador de fosfatados e potássicos, contribuindo com 16% dos adubos exportados no mundo. Os russos são os principais fornecedores de adubo ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente.