Embaixador da China no Brasil informa que deixará o país

Yyang Wanming já fez críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP)

Yyang Wanming já fez críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) | Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que já disparou críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP), informou, nesta sexta-feir, que deixará o país após três anos de atuação.

Wanming avaliou o período em que atuou no país como “experiência valiosa na carreira diplomática, uma oportunidade pela qual me sinto profundamente honrado e orgulhoso”.

Nas redes sociais, o embaixador disse que as relações entre Brasil e a China vêm amadurecendo e consolidando-se. Segundo o chinês, há uma cooperação frutífera em diversos campos. “A cooperação entre as duas potências emergentes proporciona um sólido apoio ao desenvolvimento nacional e assume uma relevância global cada vez maior”, afirmou.

De acordo com Wanming, a China considera e desenvolve suas relações com o Brasil sob uma perspectiva estratégia e de longo prazo. Ele complementou dizendo que o país asiático está disposto a unir forças para levar adiante a Parceria Estratégica Global.

Conflitos

Em abril de 2021, Wanming rebateu Paulo Guedes, que disse que a China criou o coronavírus, e apontou a importância do país asiático no combate à pandemia de Covid-19.

“Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial”, escreveu na época.

No ano anterior, em setembro, o embaixador reagiu duramente ao que chamou de uma série de “comentários difamatórios” feitos pelo deputado Eduardo Bolsonaro sobre a tecnologia da chinesa Huawei e a futura escolha dos serviços de tecnologia 5G no país.

Eduardo Bolsonaro chegou a escrever sobre “espionagem da China” ao falar sobre a nova tecnologia que viria a ser implantada no país. Depois, apagou a postagem. No entanto, não foi o suficiente para pôr panos quentes na relação com o país asiático.

Na ocasião, a polêmica fez o Ministério das Relações Exteriores, comandado até então pelo ministro Ernesto Araújo, censurar as declarações da China sobre o episódio envolvendo o filho de Jair Bolsonaro.