A pior tragédia de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, completa uma semana nesta terça-feira. Com grande quantidade de lama e escombros pelas ruas, o trabalho de resgate por desaparecidos continua. Até a manhã, 183 mortes haviam sido registradas e 875 pessoas estavam desabrigradas.
Das vítimas fatais, 111 são mulheres, 72 homens e 32 crianças ou adolescentes, segundo a Polícia Civil. As famílias identificaram 169 corpos e 152 deles já foram encaminhados para as funerárias.
Desde o dia 15 de fevereiro, a cidade enfrentou mais dias de chuva, o que dificultou o trabalho das equipes de resgate. Foram mais 1.300 ocorrências, com a maioria por deslizamento de terra, segundo a Defesa Civil. Até esta manhã, mais de 300 análises de terreno foram feitas em diferentes regiões.
A previsão do tempo para hoje em Petrópolis é de céu nublado, com possibilidade de chuva moderada à tarde e à noite.
A pior tragédia da história
Com ao menos 183, a tragédia da semana passada já superou a mais trágica da história do município da serra fluminense, em 1988, quando também houve o registro de 171 mortos, segundo dados da Defesa Civil municipal.
Neste século, a maior tragédia havia ocorrido em 2011, com 73 mortos em Petrópolis e mais de 900 na serra fluminense (a maioria em Nova Friburgo, 428 mortos, e Teresópolis, 387), de acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.
No desastre, o Morro da Oficina, no Alto da Serra, foi um dos mais afetados, com grande deslizamento de terra naquela tarde. Pelo menos 80 casas foram atingidas só naquela região. Desde 1988, Brasil soma quase 4 mil mortes em deslizamentos
Outras regiões, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Teresa, Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga, também tiveram registros de ocorrências graves. As autoridades afirmaram que o cenário na cidade é parecido com o de guerra.