A Polícia Civil prendeu 17 pessoas em nova operação de combate ao crime de extorsão e associação criminosa praticados por meio do conhecido “Golpe dos Nudes”. A ofensiva, deflagrada na manhã desta terça-feira, acontece em dez cidades gaúchas: Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo, Itaqui. Coordenada pela Delegacia de Polícia de Esteio, a ação cumpre 42 medidas cautelares, entre mandados de prisão e de busca e apreensão.
O golpe, bastante conhecido e já investigado por diversas delegacias, consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo de mensagens onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.
Para não denunciar, isto é, para não levar o fato ao conhecimento de um delegado de polícia acarretando, consequentemente, na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o criminoso continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores para reparar prejuízos materiais.
É bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas. Inclusive um dos argumentos era que as falsas vítimas teriam que passar por tratamento de saúde em falsa clínica.
A investigação da DP de Esteio teve início em setembro de 2021, onde foram identificados diversos indivíduos vinculados a detentos ou ex presidiários. A delegada Luciane Bertoleti afirma que “essa ação é outra ofensiva de combate aos crimes virtuais que tiveram um aumento expressivo no período de confinamento.”
O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Metropolitana – 2ªDPRM, delegado Mario Souza, destaca que “é uma grande investigação contra o crime organizado, focada na desarticulação de esquemas de golpes virtuais.” E que “chama atenção a criatividade dos criminosos em forjar falsos policiais e delegacias que realizavam golpes até contra vítima no Japão.”
*Matéria atualizada às 11h23min.