Assembleia do RS reforça repúdio às ameaças contra deputada

Juliana Brizola (PDT) foi intimidada em função do seu posicionamento sobre projeto que trata da Polícia Penal

Foto: Vinicius Reis | Agência ALRS/CP

A Assembleia Legislativa divulgou nesta terça-feira uma nota de repúdio as ameaças dirigidas à deputada Juliana Brizola (PDT) e seus familiares, “pelo simples fato desta cumprir, de forma legítima e transparente, seu trabalho parlamentar”. A nota reitera os pedidos de investigação, para que os autores sejam responsabilizados pelos seus atos e assegura o parlamento como um local democrático “de respeito às diferenças”.

Nesta segunda-feira, a deputada recebeu um e-mail questionando o seu pedido de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), há duas semanas, sobre o projeto que institui a Polícia Penal no Estado. A mensagem, entre outras coisas, dizia: “polícia penal é o agente penitenciário, os demais não são. […] Lembre-se disso quando for votar, afinal, sei onde mora e onde seu filho estuda”.

Juliana, que expôs o acontecimento em suas redes sociais, recebeu uma série de mensagens de apoio. Na sessão da CCJ desta terça-feira, os parlamentares também se solidarizaram com a colega. Ela já registrou boletim de ocorrência e enviará um ofício ao Secretário da Administração Penitenciária (Seapen), Mauro Hauschild.

Ao se pronunciar, reiterou que a mensagem parte “de uma pessoa que não representa a categoria”. “Seguirei votando pelo que acredito ser justo. Medidas judiciais já foram tomadas”, complementou.

Confira a nota da Assembleia Legislativa na íntegra:

“A Presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande Sul, em nome do conjunto de deputados e deputadas que integram o parlamento estadual, repudia, de forma veemente, os ataques e ameaças dirigidos à deputada Juliana Brizola e à sua família, pelo simples fato desta cumprir, de forma legítima e transparente, seu trabalho parlamentar.

O Parlamento gaúcho é uma Casa política, de debate, de respeito às diferenças e sempre estará ao lado da defesa da tolerância e da Democracia.
E que as autoridades responsáveis identifiquem e responsabilizem o autor desse crime que busca atingir a atuação legítima de uma parlamentar eleita pelo voto do povo gaúcho.”

*Com informações de Flávia Simões, com supervisão de Mauren Xavier