Municipários de Porto Alegre não descartam greve

Em protesto realizado em frente à Prefeitura, servidores pedem reposição salarial de 32,64%

Foto: Giovani Gafforelli/Rádio Guaíba

Municipários de Porto Alegre protestaram, nesta segunda-feira, em frente à Prefeitura da cidade, pela reposição salarial de 32,64% referente a perdas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre maio de 2016 e janeiro de 2022. O ato contou com aproximadamente 100 servidores. Segundo o diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), João Ezequiel, esta foi a primeira manifestação presencial da categoria, que, somando aposentados e servidores na ativa, é de cerca de 30 mil pessoas. A ideia do sindicato é convocar uma grande manifestação nos próximos dias. O diretor da entidade não descarta a possibilidade de greve caso a prefeitura não atenda as demandas dos servidores.

“A greve não está descartada. Por isso que eu digo, a ideia é que a gente acirre o movimento. É claro que tudo é decisão da categoria. Se tiver que tomar uma medida mais drástica, será a decisão da categoria”, detalhou João Ezequiel.

Conforme o diretor do Simpa, a administração municipal afirma aos servidores que já possui uma proposta formulada para apresentar, mas falta apenas o aval do prefeito Sebastião Melo. “Esse aval do Melo já passou mais de dois meses e ele não executa. Nós precisamos minimamente da proposta por escrito. Já são seis anos, é muito arroxo e a categoria não aguenta mais. Nós temos vários servidores que ligam para o Simpa pedindo auxílio cesta básica, porque não conseguem mais nem se alimentar”, pontuou o diretor.

O prefeito Sebastião Melo disse que “só há protesto em uma sociedade democrática”, mas apontou que “não há orçamento” para este aumento. “Respeito esta reivindicação, mas ela é inaceitável. O que nós vamos pedir é a inflação do nosso governo”, disse Melo. O valor do período, conforme o Simpa, é de 10,66%. O governo municipal também abriu canal de negociação com o sindicato.

*Com informações do repórter Felipe Faleiro do Correio do Povo