A deputada estadual Juliana Brizola (PDT) recebeu uma ameaça, na manhã desta segunda-feira, no e-mail institucional dela. Um homem questionou a parlamentar sobre seu pedido de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na última terça, sobre o projeto que institui a Polícia Penal no Rio Grande do Sul.
Na ameaça, ele diz saber onde a parlamentar mora e onde o filho de Juliana estuda. A mensagem também faz referência ao pedido de vista à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a polícia penal no Rio Grande do Sul. Juliana pediu vista do texto na CCJ, na última terça-feira (15).
Juliana Brizola afirmou que ficou bastante assustada ao receber a ameaça principalmente por envolver seu filho de 12 anos. Ela detalhou que mora perto da escola onde o filho estuda e, por vezes, a criança vai caminhando para o colégio. “A gente tem que tomar todo cuidado possível, sobretudo nos dias de hoje, onde infelizmente há um estado, assim, de muita guerra e de muito ódio. E quando envolve criança a gente precisa tomar todos cuidados possíveis. É inadmissível que qualquer pessoa seja intimidada por sua forma de pensar. É inadmissível, que o parlamento gaúcho sofra esse tipo de pressão, desta forma. Como vamos ter certeza da independência de um voto de um parlamentar, quando vem uma ameaça desse jeito?”, desabafou a parlamentar.
Juliana registrou um boletim de ocorrência e vai enviar um ofício ao secretário da Administração Penitenciária (Seapen), Mauro Hauschild. O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
A chefe de Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, foi procurada pela parlamentar e revelou para a reportagem da Rádio Guaíba que está surpresa com as recentes ameaças a políticos no Rio Grande do Sul, e classificou a situação como um ataque à democracia. “Isso é muito triste que venha acontecendo, a gente lamenta e a polícia vai estar sempre à disposição para apurar qualquer ameaça ou qualquer ato que venha a ferir a democracia”, afirmou.
Confira o email na íntegra:
“Vi que a senhora pegou vista do projeto 291 da PEC da polícia penal para analisar. Caso a senhora não saiba, polícia penal é o agente penitenciário, os demais não são. APAS são administrativos, e TSPS são psicólogos e assistentes sociais que são babá de preso. Não são polícia. Lembre disso quando for votar. Afinal sei onde mora e onde seu filho estuda. Fica a dica!!! Agente penitenciário é o único que tem que ser polícia penal, o resto é apoio”, afirma a mensagem eletrônica.