Os temporais que assolaram Petrópolis (RJ) nesta semana e deixaram pelo menos 152 mortos mais que dobraram o número de vítimas de uma temporada de chuvas com óbitos em pelo menos quatro estados: Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Rio de Janeiro. Juntos, os quatro já confirmaram 254 mortes.
Os estados também registraram 40.478 pessoas desabrigadas, que precisaram de auxílio das prefeituras, e 127.740 desalojadas, que foram acolhidos em casas de amigos e parentes.
Após a tragédia ambiental em Petrópolis, considerada uma das piores da história do país, o Rio é o estado mais afetado. Além das mortes confirmadas, as autoridades estimaram ontem que 165 pessoas sigam desaparecidas entre os escombros, cinco dias após a cidade ser devastada pela chuva em excesso.
Os deslizamentos atraíram atenção nacional. O governo federal montou uma força-tarefa para os resgates e o presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou a região na sexta. Ele descreveu o cenário como “quase que de guerra” e anunciou a liberação emergencial de R$ 2,3 milhões para a reconstrução da cidade.
Os deslizamentos também mobilizaram governos estaduais e 14 deles direcionaram agentes do Corpo de Bombeiros para a área: São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Temporais, deslizamentos, enchentes, mortes, forças-tarefas e anúncios de liberação de verbas para a reconstrução do que se perdeu. O roteiro das tragédias se repete desde o primeiro grande desastre da temporada chuvosa, em dezembro de 2021, na Bahia. Foram 27 mortes, 965.643 pessoas atingidas e 190 municípios em situação de emergência.
Em Minas Gerais, depois de alguns deslizamentos com vítimas no começo de dezembro, as chuvas pioraram a partir de janeiro. Os efeitos das tempestades no estado mataram 27 pessoas e fizeram 430 dos 853 municípios declararem emergência.
No início de fevereiro, um único fim de semana de tempestade na região metropolitana de São Paulo matou 34 pessoas — oito delas crianças — principalmente em deslizamentos terra. O estado soma 48 vítimas em decorrência das chuvas do verão.