Bombeiros interditam sede da escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina

Ação ocorreu momentos antes do início de um evento que contava com cerca de mil pessoas no local

Escola de samba realizou ato de repúdio à interdição neste domingo | Foto: Ricardo Giusti

A interdição da sede da escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina, no bairro Rubem Berta, na Zona Norte, na noite de sábado, pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM), provocou indignação na comunidade carnavalesca. Meia hora antes de iniciar um evento, com cerca de mil pessoas aguardando para entrar no local, a Brigada Militar reforçou o efetivo na região para dar apoio à ação dos bombeiros. Conforme o CBM, o local foi interditado porque não conta com itens básicos de segurança, como sinalização de emergência e brigadistas.

Chefe de Seção de Segurança contra Incêndio do 1ºBBM, major Rafael Jardim explica que o local não cumpre as medidas mínimas obrigatórias para esse tipo de evento. De acordo com Jardim, no final do ano passado a escola de samba encaminhou ao CBM o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI). “Fizemos a notificação com correção de análise, pedindo, entre outras coisas, recálculo da saída de emergência. E não tinha sinalizado”, afirma. O oficial destaca que a sede tem 2.050 metros quadrados, o que exige a presença de seis brigadistas.

De acordo com Jardim, a interdição da quadra ocorreu porque os agentes fiscalizadores chegaram no local e avaliaram que nenhuma medida de segurança contra incêndio havia sido tomada. “O local oferece risco iminente à vida das pessoas”, alerta. Até que a escola apresente novo PPCI, a sede segue interditada para ensaios. “As agremiações carnavalescas sabem como funciona o trabalho do CBM. Mudamos a legislação para as escolas poderem adequar suas quadras. Equivale ao que se pede aos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs)”, justifica.

Além de avaliar que houve “falta de comunicação ou algum equívoco”, Santos critica a ação ostensiva no local, com a presença de dezenas de policiais militares. “Havia motos, ônibus, viaturas e caminhões da BM. Fomos sempre respeitosos, agimos de forma tranquila e com diálogo. Estamos revoltados pela forma com fomos abordados, parecia que tinha algo gravíssimo lá dentro”, afirma. Santos explica que cinco escolas de samba tinham sido convidadas para o evento, com público aproximado de 1 mil pessoas.

O 20º BPM informa que prestou apoio aos bombeiros. E ressalta que não houve excessos na ação dos policiais.