Com um pé no PSD, o que deve se consolidar na segunda quinzena de março, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou nesta sexta-feira, em Caxias do Sul, estar conversando com um grupo de pessoas sobre criar as condições para um caminho alternativo no cenário nacional. Nessa discussão, a possibilidade de disputar a presidência da República pelo partido de Gilberto Kassab.
“Como é, possivelmente, uma das minhas últimas falas aqui como governador, não sei se até o final do ano ou se até logo mais, em março, não é, Ranolfo? Mas eu quero fazer uma prestação de contas”, disse o tucano, dirigindo-se ao vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB). “E, de fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil, passar dois não dá para a gente desprezar”, declarou Leite, em referência aos convites que vêm recebendo.
O governador disse ainda que se sente “vocacionado” para a vida pública. “Se for, de fato, algo consistente, e que a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem, vontade e disposição de poder apresentar algum caminho alternativo”, acrescentou, em referência à disputa pelo Palácio do Planalto.
As declarações foram dadas após palestra na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), quando apresentou um panorama dos desafios ainda a serem vencidos pelas finanças do Rio Grande do Sul, passada a fase do ajuste fiscal de curto prazo.
Provocado pelo presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, a revelar o futuro político, Leite afirmou que não pretende disputar a reeleição. “Entendo que minha missão foi e está sendo cumprida neste período, e que a gente pode passar o bastão adiante, garantindo a continuidade do projeto para o Estado”, destacou.
Há uma semana, a lideranças tucanas, Leite chegou a sinalizar a hipótese de concorrer novamente ao governo estadual.
Aos empresários, ele destacou hoje as ações adotadas nos últimos anos e a necessidade de manter o “rumo”. “Conseguíamos focar apenas no mês seguinte, agora podemos pensar nos próximos anos, fazer planejamento de políticas públicas. Mas não podemos nos descuidar, porque é fácil perder o rumo novamente”, alertou.
Da Câmara, ele recebeu um documento com demandas da classe empresarial, especialmente voltadas para a necessidade de investimentos em infraestrutura e logística.
*Com informações do repórter Celso Sgorla e agências