Prefeitura de Porto Alegre recebe Estátua do Laçador após revitalização

Prefeito Sebastião Melo esteve presente no ato simbólico em que foram retirados os andaimes e banner

Estátua recebeu tratamento especial para resistir às intempéries | Foto: Mauro Schaefer / CP

A estátua do Laçador revitalizada foi entregue à Prefeitura de Porto Alegre no fim de tarde desta quinta-feira. O prefeito Sebastião Melo esteve presente no ato simbólico em que foram retirados os andaimes e banners que cobriam a estátua de bronze de 4,4 metros de altura. O símbolo gaúcho agora apresenta uma cor mais escura devido a um jateamento de cera protetiva e tem seus detalhes mais nítidos. “Está muito bonito, é um orgulho para nós”, avaliou Melo.

Desde o primeiro pedido da Secretaria de Cultura pela restauração da estátua, em 2016, até a entrega nesta quinta-feira, passaram-se mais de cinco anos. Ao ser acionada pela secretaria, o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) contrataram a engenheira metalúrgica e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o restaurador francês, Antoine Armager, autoridade internacional no assunto, para fazer um diagnóstico dos problemas do monumento.

Em 2017, os especialistas analisaram a obra do pelotense Antônio Caringi e chegaram à conclusão de que haviam fissuras no bronze e que seria necessária uma restauração, a risco do desabamento da estátua em alguns anos. O plano foi posto em prática apenas em 2021, através do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico, do governo estadual. A ação destinou R$ 900 mil para a intervenção na Estátua.

O Laçador foi retirado de seu tradicional posto, na avenida dos Estados, e levado a um galpão a cerca de 500 metros dali. “Nós abrimos um buraco nas costas dele e jogamos uma luz dentro. Isso nos mostrou onde estavam as fissuras”, explica Zalmir Chwartzmann, coordenador do projeto responsável pela restauração. O concreto que havia por dentro dos pés e pernas da estátua foi removido e substituído por uma estrutura de aço inox, que, presa ao concreto, impedirá que a estátua faça micro-movimentos com o vento, preservando o símbolo gaúcho de novas fissuras.

Após os consertos iniciais, novos problemas foram percebidos. “Apareceram rachaduras. Aí nos demos conta, que bom que decidimos restaurar. Se houvesse um vento mais forte, no estado que ele estava, a chance de cair era real”, conta o responsável pela obra. Por conta dos problemas adicionais, a entrega da estátua foi adiada e as rachaduras soldadas. O monumento ainda ficou mais 30 dias instalado em seu sítio para reparos finais, como a instalação do laço – que também sofreu atrasos, pois o responsável por essa parte se contaminou com Covid-19.

Apesar dos postergamentos na entrega da obra, que durou mais de quatro meses, o secretário municipal de cultura, Gunter Axt, considera que a restauração foi realizada rapidamente. “É a obra de arte mais querida do Rio Grande do Sul. E a revitalização de uma grande obra de arte não pode ser feita às pressas, exige muito cuidado e preparação”, pondera.

Agora, a prefeitura tem a missão de revitalizar o sítio do Laçador, que deve em breve receber uma iluminação cênica e, segundo Axt, algumas ações, como shows e espetáculos, além da reinstalação de um mirante para selfies. “É importante que tenhamos espaços culturais e icônicos em outras partes da cidade, não apenas na região central. Pode se tornar um símbolo da revitalização do 4º distrito”, avalia.

A Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas trabalha em um edital que pretende escolher a melhor proposta de adoção do sítio. “O poder público continuará dono do espaço para trazer público e atrações”, explica a secretária da pasta, Ana Pellini. O contrato deve ter duração de dois anos. “O sítio tem que se tornar um espaço aprazível. Tem que ter atratividade, não pode ser um estacionamento como é hoje”, acrescenta Melo.