Cartórios: RS teve, em janeiro, o mês mais mortal desde 2003

Número de óbitos cresceu 9% em relação ao mesmo mês do ano passado

Foto: Alina Souza / CP

O aumento de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron e os reflexos dessa infecção no organismo humano, ainda em fase de estudo, pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrado pelos cartórios gaúchos de Registro Civil, em janeiro de 2022. O mês se tornou o mais mortal desde o início da série histórica, em 2003, com um aumento de mais de 50% nos falecimentos por pneumonia em comparação com janeiro de 2021.

Foram registrados 9.833 óbitos, no mês passado, no Rio Grande do Sul, um aumento de 9% em relação a 2021, que teve 8.983. Há um ano, o volume de mortes já havia registrado alta de 20% em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia no Brasil. Já as mortes por pneumonia passaram de 896, em janeiro de 2021, para 1.396, um ano depois. Em 2020, antes da pandemia, foram 897.

Os dados foram obtidos no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos 7.658 cartórios do País.

Outro dado observado no Rio Grande do Sul se refere ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro de 2022, na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (36%), Infarto (23%) e Causas Cardiovasculas Inespecíficas (46%). Também registraram crescimento as mortes por Septicemia (33%) e Indeterminada (48%). Já os óbitos pela Covid-19 tiveram redução de 59% no período.

Mortes violentas caem

Enquanto o total de mortes em janeiro de 2022 no RS cresceu 9%, os falecimentos por Mortes Naturais – aquelas causadas por doenças – cresceram 13,7%. Já as Mortes por Causas Violentas – aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras – caíram 67%. Na comparação de janeiro de 2020, antes do isolamento, com janeiro de 2021, já havia sido registrada queda de 52% nesse indicador.