Em 65% dos municípios do RS, mais de 90% já tomaram duas doses contra a Covid-19

Somente três cidades mantém índice inferior a 70% da população adulta com esquema completo

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Das 497 cidades gaúchas, 323 (65%) atingiram mais de 90% da população adulta com duas doses ou dose única. Os números aparecem no painel de vacinação do governo estadual, atualizado na manhã desta sexta-feira.

Entre os municípios da lista, o único com mais de cem mil habitantes é Santa Cruz do Sul, que registra 93% da população adulta com duas doses. O sistema mostra 15 municípios com mais de 50 mil habitantes entre os que ultrapassaram o índice de 90%: Cruz Alta (101,9%), Santo Ângelo (99,6%), Capão da Canoa (96,4%), Cachoeira do Sul (95,5%), Carazinho (95,2%), Sapiranga (94,6%), São Borja (93,6%), Ijuí (93,4%), Alegrete (92,5%), Camaquã (92,2%), Canguçu (91,5%), Esteio (91,2%), Montenegro (91,2%), São Gabriel (90,5%) e Santa Rosa (90,4%).

Os dados populacionais seguem estimativas do IBGE. Por isso, alguns municípios podem apresentar diferenças entre os números absolutos e a população real atual. A Secretaria Estadual de Saúde explica que, por esse motivo, algumas cidades bateram o índice de 100%. É o caso de Engenho Velho, menor município gaúcho, onde a proporção de vacinados com duas doses ou dose única chega a 162,2%. O sistema mostra a aplicação de 1.168 doses, contra uma expectativa populacional de 720 pessoas acima de 18 anos de idade.

Vacinação na capital
Porto Alegre está próxima de atingir o índice de 90%. Com 1.036.881 pessoas adultas com dose única ou duas doses, a capital registra 88,3%, até o momento.

O outro lado da lista
Somente três municípios seguem com menos de 70% da população com duas doses ou dose única, sendo apenas um com mais de 10 mil habitantes: Três Coroas, com 65,8%. As demais são Amaral Ferrador, com 61,4% e Chuí, com apenas 40,6% do esquema completo.

A Secretaria de Saúde de Três Coroas informou que acredita em divergências com o que consta no sistema da SES. Em Amaral Ferrador, a Secretaria de Saúde, citou dificuldades no lançamento dos dados no software. Já no Chuí houve registro de habitantes com dupla nacionalidade que cruzaram a fronteira e realizaram a vacina no Uruguai, onde a imunização de jovens adultos começou antes em relação ao Brasil.

Três milhões em atraso
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) ressalta que, pelos dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), existem no Rio Grande do Sul mais de três milhões de pessoas com alguma dose contra o coronavírus em atraso. A pasta alerta para o risco que representa não estar com o esquema vacinal atualizado. Entre dezembro e janeiro, conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), 68% das hospitalizações e 70% das mortes por Covid-19 ocorreram em pessoas não vacinadas ou com alguma dose em atraso.