Covid: Saúde não vai recomendar 4ª dose para a população em geral

Em vez de mais um reforço, Anvisa e SBI defendem necessidade de inclusão de novas vacinas, direcionadas à proteção contra as variantes do coronavírus, e de foco nas atuais estratégias de imunização

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O Ministério da Saúde não vai recomendar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid para a população em geral. Pelo menos não por enquanto. O portal R7 apurou que a decisão resultou da reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI), na tarde desta sexta-feira.

O corpo técnico se reuniu para discutir a inclusão da quarta dose no esquema vacinal da população. Fazem parte da CTAI membros da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) e de outras pastas do Ministério da Saúde, além de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e de entidades envolvidas na temática.

“Até o momento, considerando o recomendado pela OMS bem como os dados existentes, não existem subsídios robustos suficientes no Brasil para a recomendação de uma 4ª dose para a população geral, exceto imunocomprometidos”, salienta a nota técnica emitida após a reunião.

As reuniões da CTAI são periódicas e é possível que haja uma reavaliação no próximo encontro. Segundo o R7 apurou, a deliberação desta sexta é referente a uma decisão imediata.

A aplicação da quarta dose divide posicionamentos de especialistas da Saúde. Após o governo de São Paulo anunciar a inclusão da estratégia na imunização estadual, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou que a discussão é precipitada.

Não está no radar do ministério a inclusão da quarta dose no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). Recentes posicionamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) devem reforçar essa tese. As notas defendem a necessidade de incluir novas vacinas, direcionadas à proteção contra as variantes do coronavírus, e de focar nas atuais estratégias de imunização.

O próprio chefe da pasta, Marcelo Queiroga, já adiantou que não há previsão de uma nova dose extra no momento e que a prioridade está em avançar nas aplicações de reforço e em alcançar pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal primário.

O Brasil contabiliza 76% das pessoas elegíveis vacinadas com o esquema básico e apenas 33% da população vacinável com a dose de reforço, mesmo havendo imunizantes suficientes para garantir as estratégias para todo o público já incluso no PNO.