O mês de janeiro apresentou o maior volume de saques da poupança em um único mês da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. Resultado da inflação e juros nas alturas, associado à atividade econômica fraca, a caderneta de poupança encerrou o mês passado com saques superando os depósitos em R$ 19,666 bilhões, acima do recorde negativo anterior que era do primeiro mês de 2021 (R$ 18,154 bilhões).
No ano passado, a poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, após registrar em 2020 o maior saldo da história (R$ 166,310 bilhões). O período foi marcado pelo repasse do auxílio emergencial e da maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.
Em janeiro de 2022, os depósitos somaram R$ 260,494 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 280,160 bilhões. O mês, tradicionalmente, já tem mais saques que depósitos na poupança, em função das despesas de início de ano, tais como IPTU, o IPVA, os custos da volta às aulas em escolas particulares e os gastos com material escolar.
Considerando o rendimento de R$ 5,398 bilhões no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,016 trilhão no fim de janeiro. Atualmente, com a taxa Selic a 10,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em zero, mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17%). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.