Assassinos de Moïse continuarão na cadeia, decide Justiça do Rio

Congolês morreu espancado durante desentendimento em quiosque na Barra da Tijuca

Justiça manteve prisão | Foto: TV Record / Reprodução / CP

Os três homens que participaram das agressões que provocaram a morte do congolês Moïse Kabagambe, em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, vão continuar na prisão. Em audiência de custódia, nesta quinta-feira, a Justiça manteve as prisões temporárias de 30 dias de Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”, e Brendon Alexander Luz da Silva, o “Tota”. O crime ocorreu, em meio a um desentendimento, no dia 24 de janeiro.

As audiências de custódia permitem verificar se as prisões foram legais, com os mandados regularmente expedidos e sem violência contra os presos. Os três foram levados para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, após decisão judicial, que acolheu a denúncia do Ministério Público (MP) por homicídio duplamente qualificado.

Enquanto os acusados eram ouvidos pela Justiça, familiares de Moïse foram recebidos na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A comissão, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), vai acompanhar as investigações sobre o caso. O órgão também ofereceu apoio psicológico aos familiares de Moïse e discutiu medidas de segurança que poderão ser adotadas pelos parentes do congolês.

“A família se sente exposta e vulnerabilizada com tudo e teme pelo seu futuro e segurança. Por isso, o nosso atendimento aqui foi priorizar e reforçar a segurança da família, para que independentemente da decisão que eles tomem de ficar no Brasil ou não, que essa decisão seja pautada na segurança”, disse a presidente da Comissão, deputada Dani Monteiro.

A mãe de Moïse, Ivana Lay, conversou com os parlamentares e agradeceu pela atenção: “Eu me sinto feliz por ter sido recebida pela comissão da Alerj e também pela OAB, que ouviram as minhas dores. E agradeço à imprensa por ter mostrado toda a verdade”, disse Ivana.

O irmão de Moïse, Djodjo Baraka Karagambe, pediu justiça. “Esperamos que as pessoas que fizeram isso com ele paguem. Queremos justiça”.

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