O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa hoje, 1, em Brasília, a primeira reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Tudo indica que, pela primeira vez em cinco anos, os juros deverão atingir os dois dígitos quando o Comitê divulgar sua decisão no final da tarde de amanhã, 2.
A previsão das instituições financeiras é de que a Selic deve subir de 9,25% para 10,75% ao ano nesta reunião. Conforme o Relatório Focus, divulgado na segunda-feira, 31, a previsão é de uma taxa de 11,75% ao ano ao final do ano.
Na última reunião, o Copom sinalizou em sua ata da última reunião que devem manter a elevação da Selic no mesmo patamar de 1,5 ponto percentual, diante da piora dos índices de preços. Desde setembro, os juros básicos têm sido elevados nesse ritmo.
As altas têm se mantido depois de passar seis anos sem elevação. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, em 2% ao ano. Para 2022, a meta de inflação a ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque juros mais altos encarecem crédito e estimulam poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, já que ela é apenas parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.