Dmae analisa alternativas para evitar desabastecimentos com falta de luz

Estações podem passar por alterações, e investimentos podem passar de R$ 100 milhões

Foto: Rafaela Redin / Dmae / PMPA

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre analisa e estuda alternativas para evitar que, em caso de falta de luz, estações de tratamento e bombeamento fiquem paralisadas, gerando desabastecimento. Nessa quarta, a cidade enfrentou um temporal que, além de milhares de pessoas sem energia, deixou mais de 30 bairros sem água.

Em conjunto com a CEEE Equatorial, o Dmae estuda alternativas aos geradores. Uma delas é transformar as entradas de energia elétrica das estações de 13,8KV para 69KV, tornando-as mais estáveis. O Dmae conta hoje com 169 estações de captação, tratamento e bombeamento de água, além de esgoto sanitário e pluvial.

Para que todos os serviços sigam funcionando, mesmo em caso de falta de energia, o Departamento estima que seja necessária a aquisição de cerca de 350 grupos de geradores. O investimento pode passar de R$ 100 milhões, sem contar a readaptação de espaços, nas estações, para que comportem geradores de grande porte, a contratação de equipe especializada para realizar a operação e manutenção das estruturas, e licença ambiental para acondicionamento de combustível (diesel). O Dmae ainda salienta que o barulho e o odor gerados pelos equipamentos também exigem, nesses casos, a compreensão de quem reside nas imediações.

A chuva forte de quarta-feira afetou parte expressiva da cidade. Em duas horas e meia, foram registrados quase 50 milímetros de chuva, e as redes pluviais não deram vazão ao volume de água. Houve alagamentos em bairros das regiões Centro e Sul, como Santana, Azenha, Menino Deus, Praia de Belas e a parte baixa de Santa Tereza.

Cheia do Dilúvio impediu vazão

As redes pluviais que atendem esses bairros, em maioria, fazem com que a água desemboque no arroio Dilúvio, que ontem chegou a extravasar. Com o excesso de chuva, a água não teve por onde escoar e a situação só se normalizou com a baixa do nível do arroio.

Na região, ao menos seis Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) recolhem as águas da chuva. Três delas fazem com que a água deságue direto no arroio Dilúvio – duas localizadas na avenida Ipiranga, 906 e 1337 (Ebaps nºs 14 e 15), e uma na Jacinto Gomes, 733 (Ebap nº 19), na vila Santa Terezinha.

No momento da chuva, por volta das 17h, a casa de bombas da Jacinto Gomes parou devido à falta de energia. A luz e os bombeamentos só retornaram à noite. O restante das estações seguiu em funcionamento, mas teve dificuldades em bombear a água para o Dilúvio, já cheio.

Em outros pontos da cidade, apenas a Ebap nº 8, que atende a região da Vila Farrapos, na zona Norte, também parou por falta de energia elétrica.