Em duas semanas, internações pela Covid crescem 152% em Porto Alegre

Pela primeira vez em 2022, os leitos de UTI recebem mais de cem pacientes em função da doença

Foto: Ricardo Giusti/CP

A disseminação da Covid-19 se mantém em ritmo acelerado e deixa sob pressão o sistema de saúde de Porto Alegre, que nesta sexta-feira atendia 106 pacientes com diagnóstico da doença em leitos de terapia intensiva.

É o maior número de hospitalizações por conta do novo coronavírus em 72 dias, o que em duas semanas representa um aumento de 152,4%. Pela primeira vez no ano, os leitos de UTI recebem mais de cem pacientes em função da doença, em um indício de que os contágios seguem em alta na cidade.

O crescimento das internações e do volume de atendimento de pacientes respiratórios, verificado desde o início do mês, deixa em alerta a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que anunciou hoje a suspensão temporária de consultas e procedimentos eletivos nas unidades de saúde.

Como resultado do aumento da demanda por atendimento de emergência, até o início da noite as internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – envolvendo todas as enfermidades – eram de 655, o equivalente a uma taxa de ocupação de 87,68%.

Na avaliação do diretor de Regulação Hospitalar da SMS, Jorge Osório, o crescimento das internações em leitos de terapia intensiva deve manter “estressada a rede hospitalar” nos próximos dias, embora a situação seja diferente da verificada no pico da pandemia, em março do ano passado.

“Temos um crescimento linear, não é exponencial como foi no início do ano de 2021, em fevereiro, março e abril”, compara. Ao destacar dados de outros países da Europa, ele ressalta que, na maioria dos casos, a curva de crescimento se mantém por até oito semanas. “Não podemos negligenciar um aumento desses”, completa.

Se o mesmo cenário se repetir no Rio Grande do Sul, a expectativa é de que a redução do contágio e das internações ocorra no fim de fevereiro. Osório também salienta que parte dos pacientes positivos entra no hospital por outros motivos, que não o coronavírus. Por conta disso, os estabelecimentos vêm se obrigando a fazer uma “reengenharia” para evitar misturar pacientes com e sem Covid.