A pandemia trouxe um novo comportamento de consumo. Apesar dos obstáculos de logística e renda impostos pela covid-19, os produtos orgânicos viraram mania de consumo de muita gente no país, e a maior parte ou manteve ou elevou as compras nesses quase dois anos. É o que aponta pesquisa realizada pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) em parceria com a consultoria Brain.
Entre as pessoas que haviam consumido orgânicos nos 30 dias anteriores à pesquisa, 66% afirmaram que mantiveram o mesmo nível de consumo durante a pandemia, enquanto 23% aumentaram e apenas 11% reduziram as compras. Do universo total, 45% já consumiam esses produtos há mais de cinco anos e 19% entre três e cinco anos. Mas 25% começaram a explorar esse mercado entre um e dois anos antes, e 12% em um período menor que um ano.
Sempre segundo a pesquisa, os produtos orgânicos mais consumidos são os hortifrútis (75%), seguidos por grãos (12%), cereais (10%), açúcar (8%) e biscoitos (6%). O fato de os orgânicos serem produzidos sem agrotóxicos é a principal motivação para 13% dos consumidores, e para 24% deles esses produtos têm melhor qualidade.
Menos pessoas que consumiam orgânicos durante o período da pesquisa o estavam fazendo mais de cinco vezes por semana — eram 35% em 2019, e o percentual caiu para 27% em 2021 —, mas mais gente estava consumindo algum item do gênero duas vezes por semana (alta de 16% para 34% na comparação). E os supermercados eram os principais canais de vendas para 48% dos entrevistados, seguidos pelas feiras (47%).
Foram 987 entrevistas realizadas em todo o país entre 15 de setembro e 5 de outubro de 2021, e confirmam relatos de produtores, varejistas e canais online.