Movimento da metade Sul amplia debate no PSDB sobre sucessão de Leite

Conjunto de diretórios defende que seja considerado o nome da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas

Foto: Michel Corvello/Divulgação

A ação de dez diretórios do PSDB da metade Sul, de indicar a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, para concorrer ao governo do Estado em outubro, acelerou discussões internas no partido e parece ter pego lideranças tucanas gaúchas de surpresa, pelo menos oficialmente. A própria prefeita, em nota, disse que a disputa ao Piratini não é o foco dela neste momento, apesar de se sentir lisonjeada. Paula também ressaltou não ter estimulado “esse movimento”.

A justificativa utilizada pela prefeita é que para efetivamente concorrer ao governo do Estado ela precisa renunciar ao comando de Pelotas antes de abril. “E considero difícil que o quadro se defina até o fim de março, quando seria o prazo fatal para mim. Não fecho a porta, no entanto, porque a responsabilidade em relação ao futuro do Estado é grande e é de todos nós, especialmente do governador e de seus aliados”.

A situação de Paula é similar à da prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt (PSDB), que também chegou a ser sondada para disputar a eleição de outubro, como vice ou até cabeça de chapa.

Sobre o movimento dos diretórios da região Sul, o governador Eduardo Leite, que governou Pelotas e teve Paula Mascarenhas como sucessora, disse ter sido “pego de surpresa”. “Não participei da discussão. Tomei conhecimento pela carta”, pontuou. Ele citou ainda que há outros nomes na discussão interna, citando com ênfase o do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, “que está profundamente integrado ao projeto do governo”. Ranolfo ingressou recentemente no partido com o indicativo de ser o possível candidato tucano ao Piratini.

Leite também reiterou a posição de não concorrer à reeleição e sinalizou que a composição com outros partidos é desejável, no sentido de dar continuidade à gestão. Na mesma linha, o presidente estadual do PSDB, deputado federal Lucas Redecker, ressaltou que o partido vem conversando com outras siglas, no sentido de coligações. “Temos o desejo legítimo de ter candidato (ao Piratini), o que não fecha nenhuma porta”, ponderou ele, sobre as discussões com os demais partidos, em especial os que compõem a base de Leite.