Pesquisa aponta que 80% dos pais brasileiros querem vacinar os filhos contra Covid

De acordo com a Fiocruz, rejeição decorre de notícias falsas e de desconhecimento

Foto: Guilherme Almeida/CP

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que 80% dos pais brasileiros pretendem vacinar os filhos contra a Covid-19. A pesquisa apontou resistência por parte de 20% dos restantes. A disseminação de notícias falsas e o desconhecimento sobre a imunização foram identificadas como algumas das causas para a hesitação.

De acordo com o estudo, dentre a parcela menor, que não pretende vacinar os filhos, 16,4% são pais de crianças entre 0 e 4 anos, 14,9% pais de adolescentes e, 12,8%, pais de crianças entre 5 e 11 anos de idade. A pesquisa ouviu 15.297 pessoas por meio de formulário on-line e contou com participações de todo o país.

Entre os que responderam ao questionário, 70,55% eram moradores da região Sudeste, 11,13% da região Sul, 8,27% da região Nordeste, 7,6% da região Centro-Oeste e 2,4% da região Norte. Embora seja uma minoria que esteja relutante em relação à vacinação, a Fiocruz levantou os motivos alegados para quem resiste à imunização contra o vírus.

Entre os que temem vacinar os filhos, há quem relata ter medo de reações adversas à vacina, quem subestima a gravidade da pandemia, quem acredita que quem teve Covid-19 não precisa se vacinar, quem discorda que a vacina torna o retorno escolar mais seguro e quem pensa que a imunidade natural é uma opção melhor de proteção do que a vacina.

A disseminação de notícias falsas, como a suposta ligação da vacina com um aumento de miocardite (inflamação do músculo cardíaco), nas crianças, também motiva a rejeição de alguns pais.

A Fiocruz ressaltou que as vacinas são seguras, e que a dose administrada em crianças é de 0,2 mL, menor que a usada no restante da população (0,3 mL). Nos Estados Unidos, 8,7 milhões de crianças já foram vacinadas, sem que nenhum óbito tenha sido registrado.

Ao todo, 4.249 eventos adversos foram identificados, o que representa apenas 0,049% das doses aplicadas, sendo que 97,6% dos efeitos notificados foram considerados de leves a moderados, como dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça.