No dia seguinte ao desabamento de uma rocha na região dos cânions de Capitólio (MG), a 293 km de Belo Horizonte, algumas perguntas ainda precisam ser respondidas. Do que causou o acidente que matou sete pessoas e deixou pelo menos outras 30 feridas às condições e permissões para o passeio são questões a serem levantadas neste domingo (9). O Corpo de Bombeiros ainda trabalha nas buscas por três desaparecidos.
A corporação informou que 27 banhistas foram atendidos e liberados, sendo que 23 receberam os atendimentos na Santa Casa de Capitólio e outros quatro na Santa Casa de São José da Barra.
Além disso, duas pessoas foram encaminhadas com fraturas expostas para um hospital em Pium-í e quatro vítimas estão em estado estável na Santa Casa de Passos. A rocha que caiu atingiu pelo menos quatro lanchas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os óbitos confirmados e as vítimas que seguem desaparecidas são de pessoas que estavam na lancha denominada “Jesus”.
Apesar de não haver uma confirmação oficial sobre o que pode ter causado o rompimento de parte da rocha, a Defesa Civil de Minas Gerais emitiu um alerta às 10h22 do sábado sobre a possibilidade de ocorrência de uma cabeça d’água em Capitólio devido às chuvas intensas que atingem a região; o acidente ocorreu por volta das 11h.
Em nota, a Marinha do Brasil informou que vai abrir um inquérito para investigar as causas do rompimento da estrutura.
Em entrevista ao Cidade Alerta, o tenente Pedro Aihara do Corpo de Bombeiros afirmou que tombamentos de partes rochosas como o que ocorreu em Capitólio são raros.
“O cânion é um área formada por rochas sedimentares que são muito mais suscetíveis a essa atuação da água e dos ventos. Nesse local já existia uma falha natural pré-existente e, provavelmente, pelas fortes chuvas que acontecem na região houve uma saturação do solo com a água e uma perda de resistência (…) geralmente, nessa situação, ocorrem desprendimentos de pequenos blocos de terra que não oferecem esse tipo de risco”.
O Corpo de Bombeiros disse que cabe à Marinha, que controla a área, informar sobre as autorizações para o passeio turístico. Em uma segunda nota, divulgada no fim da noite, a Marinha confirmou que os aspectos relacionados à segurança também serão investigados.
“O inquérito aberto para apurar as circunstâncias do acidente/fato ocorrido analisará os aspectos sobre a segurança da navegação, a habilitação dos condutores envolvidos, o ordenamento aquaviário. A Prefeitura de Capitólio tem regulamentado, por meio do Decreto no 32, de 27 de fevereiro de 2019, o ordenamento do espaço aquaviário sob sua jurisdição. Nesse sentido, a Marinha comunica que toda a área de interesse encontra-se interditada, para as devidas verificações”, diz a nota.