Sindicato dos Rodoviários aceita proposta de reajuste de 10%; prefeitura analisa impacto na tarifa

Acordo também prevê vale-alimentação de R$ 30 e pagamento de atrasados referentes a março de 2021

Foto: Alina Souza/CP

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre (Stepoa) aceitou a proposta do dissídio para a categoria. Após uma série de reuniões com entidades patronais, os rodoviários concordaram com um reajuste salarial de 10%. Conforme o sindicato, se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) medido no período de 1º de fevereiro de 2021 a 31 janeiro de 2022 superar o percentual definido em assembleia, a diferença vai ser complementada na folha de fevereiro. A prefeitura ainda avalia o impacto na tarifa.

O acordo também prevê vale-alimentação de R$ 30 e o pagamento de atrasados referentes a março de 2021, cujo valor deve ser quitado em maio deste ano. Além disso, a proposta determina reajuste de 10% do auxílio funeral – a incidir sobre o valor vigente em janeiro de 2022. A proposta prevê ainda aumento da coparticipação dos empregados no plano de saúde. O valor sobe para R$ 79,50 por família.

Advogado do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), Alceu Machado explica que os rodoviários ficaram dois anos sem reajuste. O último aumento ocorreu em 2019, na data-base de 1º de fevereiro. Machado lembra ainda que, ao definir o aumento da passagem, em 2021, o prefeito Sebastião Melo criou uma tarifa técnica diferente. “O prefeito não cumpriu a tarifa técnica, desautorizou a EPTC, e se comprometeu a pagar a diferença da tarifa técnica ao adotar uma ‘tarifa política'”, ressalta. A tarifa técnica determinada pela EPTC era de R$ 5,20, mas atualmente o preço da passagem é de R$ 4,80. A diferença de R$ 0,40 é paga pela prefeitura. De acordo com o engenheiro de Transporte da ATP, Antônio Augusto Lovatto, o município deve R$ 10 milhões em relação à diferença dos valores pagos na tarifa.

De acordo com a Associação dos Transportes de Passageiros (ATP), que representa as 11 empresas privadas de ônibus de Porto Alegre, após o acordo salarial, o contrato prevê que seja feito o pedido de revisão tarifária para a prefeitura. A entidade não revelou detalhes do ofício. Em nota, o município informou que recebeu o documento da Seopa e que analisa o impacto sobre o valor da passagem. Após o cálculo da EPTC, a proposta segue para o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu).