Ministério da Saúde tenta se antecipar à disparada da Ômicron

Secretários estaduais serão ouvidos sobre medidas excepcionais, como redução da quarentena para agentes de saúde - medida que já é adotada nos Estados Unidos

Foto: Walterson Rosa/Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde tenta se antecipar à eventual explosão de casos de contágio pela variante Ômicron do coronavírus e o impacto dela sobre o sistema de saúde. A equipe de Marcelo Queiroga prepara um conjunto de medidas emergenciais a serem apresentadas aos secretários de saúde dos estados para tentar prevenir episódios de colapso do sistema, como o ocorrido em Manaus, em dezembro de 2020, na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

O pacote deve ser apresentado aos secretários estaduais do Conass em reunião na semana que vem, caso as medidas obtenham o aval da área técnica e também do Planalto. As ações devem ser inspiradas na experiência internacional, particularmente a americana. Os Estados Unidos vêm enfrentando a maior explosão de casos da Ômicron em todo o mundo.

Nessa manhã, Queiroga mencionou uma das medidas adotadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos: a redução, em caráter emergencial, do prazo de quarentena para profissionais de saúde da linha de frente com suspeita de contágio pela cepa Ômicron.

Os assintomáticos tiveram a quarentena reduzida de dez para sete dias, em 23 de dezembro. Para aqueles que não apresentem febre pelo período de 24 horas, a quarentena ficou reduzida para cinco dias. “A mudança ocorre após a ciência demonstrar que a maioria dos casos de transmissão da Sars-CoV-2 acontece no início da infecção, geralmente entre o primeiro e o segundo dia antes dos sintomas e de dois a três dias depois”, justificou o órgão de controle americano.

Entre alguns secretários de saúde municipais, a medida é recebida com cautela, mas admitida, em caso emergencial. “Adotaríamos apenas em caso de falta de funcionários”, declarou Daisson Trevisol, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina.