Bolsonaro critica decisão que suspendeu cruzeiros no país

Atividades na costa brasileira foram suspensas até o dia 21 de janeiro em decorrência do aumento de casos de Covid-19

Foto: Reprodução/Facebook

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta quarta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a decisão de suspensão das atividades de cruzeiros no país, na temporada de verão, em decorrência do avanço de casos de Covid-19. Bolsonaro pediu bom senso às autoridades.

“O mundo todo está de olho em nós, não é porque somos bonzinhos, mas porque temos muito a oferecer. O Brasil é uma potência no agronegócio, em mineral, no turismo”, afirmou. “Lamento a decisão que foi tomada, não pelo meu governo, mas pela Anvisa, no tocante aos cruzeiros. Então a gente pede bom senso, em especial às autoridades, para que possamos levar o Brasil avante com a nossa economia, que sem economia também não pode existir saúde”, acrescentou.

As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa após o mandatário ter recebido alta médica após dois dias internado em um hospital localizado na zona Sul de São Paulo para tratar de um quadro de obstrução intestinal.

A informação, contudo, contrasta com o posicionamento dado por ao menos cinco ministérios (Casa Civil, Saúde, Infraestrutura, Justiça e Segurança Pública e Turismo).

Em nota enviada ao portal R7, a pasta comandada por Gilson Machado (Turismo) afirmou que o governo se reuniu, na última segunda-feira, com empresas do setor e ficou decidida a suspensão das atividades de cruzeiros até o dia 21 de janeiro.

Na ocasião, houve também, na parte da tarde, reunião com secretários de Saúde de estados e municípios para discutir o atual plano de operacionalização da atividade de cruzeiros diante do aumento de casos da variante ômicron em embarcações na costa brasileira, mesmo que leves ou assintomáticos até o momento.

A Anvisa havia recomendado ao Ministério da Saúde, em nota técnica publicada no dia 31 de dezembro de 2021, a suspensão provisória da temporada de navios de cruzeiro. A ação se deu em caráter preventivo, até que haja mais dados sobre o cenário epidemiológico, diante do aumento de casos de Covid-19 nas embarcações.

De acordo com a agência, a orientação se deve especialmente ao aparecimento e à transmissão da variante ômicron em território nacional. Na nota, a Anvisa enfatiza que a recomendação segue lei segundo a qual medidas de restrição para entrada no país por rodovias, portos ou aeroportos devem ser tomadas de forma conjunta pelos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública e Infraestrutura, mas mediante uma recomendação técnica da Anvisa.

A agência havia informado quase 800 casos de coronavírus a bordo das embarcações atracadas na costa do Brasil em um intervalo de apenas nove dias. Desse total de casos, 31 foram confirmados entre 1º de novembro e 25 de dezembro. Os 798 restantes foram registrados de 26 de dezembro até esta segunda-feira.