Ministério da Saúde recebeu 24 mil contribuições em consulta sobre vacina infantil contra Covid

Pasta informou número nesta segunda-feira. Prazo para envio de colaborações terminou nesse domingo

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou, nesta segunda-feira, que recebeu 24 mil contribuições na consulta pública sobre vacinação contra Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos de idade. A consulta começou em 23 de dezembro e terminou na noite desse domingo.

Em nota enviada à reportagem, a pasta ressaltou que “a recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão deste público no Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas Contra a Covid-19”, mas que só vai formalizar a decisão na próxima quarta-feira. “Mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária está prevista para iniciar em janeiro”, afirmou, deixando a questão em aberto.

Nesta terça-feira, o ministério vai organizar uma audiência pública sobre a vacinação infantil contra a Covid. O portal R7 pediu à pasta a lista de especialistas que vão falar na ocasião, mas o ministério respondeu apenas que “foram convidados especialistas e representantes de entidades ligadas ao tema”, sem informar os nomes. O anúncio da decisão sobre a imunização ocorre na quarta-feira.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina Comirnaty, da Pfizer, em crianças no dia 16 de dezembro, e desde então há muita resistência por parte do governo federal, com falas do presidente Jair Bolsonaro questionando a segurança do imunizante. Ele e o ministro Queiroga já se manifestaram favoráveis à exigência de prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas contra o coronavírus.

A medida, entretanto, é questionada por especialistas, que dizem que a ação pode retardar e dificultar a vacinação de parte da população com dificuldade de acesso a atendimento médico. O ministro da Saúde chegou a criticar prefeitos e governadores contrários à exigência com o argumento de que a maioria não é da área médica.

Bolsonaro afirmou que não vai vacinar filha

No último dia 27, Bolsonaro afirmou que não vai vacinar a filha, Laura, de 11 anos, contra a Covid-19. Em pronunciamento no último dia 31, o presidente voltou a falar no assunto. “Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendemos que as vacinas para crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica”, afirmou.

A postura é amplamente criticada pela sociedade científica. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já defendeu publicamente a vacinação de crianças contra a Covid-19. Outros órgãos e entidades também já se manifestaram em defesa da segurança da vacina em crianças, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz vacinas no Brasil.

A própria secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana de Melo, já informou em nota enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a vacinação em crianças de 5 a 11 anos é segura.