Estiagem ameaça lavouras de verão cultivadas no RS

Plantio de soja e milho está atrasado e técnicos dizem que potencial produtivo de diversas áreas ficou comprometido pela falta de chuva

Foto: Gilnei Remonti / Divulgação

A estiagem persistente vem dificultando o avanço do plantio da soja e ameaça o desenvolvimento do grão nas lavouras já implantadas no Rio Grande do Sul. Nas plantações de milho há prejuízos mais visíveis em áreas já colhidas, conforme os produtores. Nas duas culturas, a área semeada chegou a 93% do total, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado ontem. A média histórica do plantio para o período é de 98%, no caso da soja, e de 95%, no do milho.

A colheita da soja não começou. A do milho chegou a 7% das lavouras e os técnicos da Emater já constataram que o potencial produtivo de parte delas está comprometido em regiões como as de Erechim, Ijuí e Frederico Westphalen.

A estiagem vai ser tema de reunião da Frente Agropecuária Gaúcha da Assembleia Legislativa, no dia 6 de janeiro. Segundo o presidente do colegiado, deputado Elton Weber, o objetivo é avaliar os prejuízos e construir uma pauta conjunta de auxílio aos agricultores nos âmbitos federal e estadual, a partir das demandas apresentadas pelas entidades. “Precisamos urgentemente de medidas de socorro”, enfatiza Weber.

O 1º vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Elmar Konrad, espera que sejam revistas as restrições à irrigação por aspersão no Rio Grande do Sul. No entendimento dele, uma vez que o Estado conta com um volume de chuvas anual de cerca de 1,8 mil milímetros, não deve haver impacto negativo se cada propriedade passar a contar com um açude funcionando como “poupança” de água. De acordo com ele, o caminho é adequar a legislação sem comprometer a sustentabilidade.

Konrad salienta que a estiagem atual é uma das piores que já viu. Na região do Alto Jacuí, segundo ele, as últimas chuvas significativas ocorreram no mês de outubro. No município dele, Ibirubá, a área de soja já semeada é de 50% a 60%, sendo que há uma necessidade de replantio de 10% a 20%. No milho, a perda é de praticamente 100%.