OMS alerta para “tsunami” de casos de Covid-19 e colapso dos sistemas de saúde

Pandemia registrou recorde de casos no mundo nos últimos sete dias

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Um tsunami de casos das variantes ômicron e delta do coronavírus vai colocar os sistemas de saúde à beira do colapso, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira. “Estou extremamente preocupado que a ômicron, sendo mais transmissível e circulando ao mesmo tempo que a delta, esteja causando um tsunami de casos. Isso está colocando e vai continuar a exercer uma pressão imensa sobre os profissionais de saúde exaustos, e os sistemas de saúde à beira de um colapso”, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva. As informações foram divulgadas pela Agência France Presse (AFP).

A pandemia registrou um recorde de casos no mundo nos últimos sete dias, devido à variante ômicron. Com 935.863 novos casos por dia em média na última semana, segundo o balanço da AFP elaborado com base em informações oficiais, o vírus circula, atualmente, a uma velocidade sem precedentes.

O número é consideravelmente maior que o recorde anterior, registrado entre 23 e 29 de abril, com 817 mil casos diários em média, e representa uma alta de 37% na comparação com a semana antecedente. “O risco global relacionado com a nova variante de preocupação ômicron permanece muito elevado”, alertou a OMS em um relatório epidemiológico semanal. O documento enfatiza que o número de casos dobra a cada “dois a três dias”.

Novos recordes

Na França, 208 mil novos casos de Covid-19 foram registrados nas últimas 24 horas, não muito atrás dos Estados Unidos, onde na terça-feira teve uma média semanal recorde de 265.427 casos diários, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

A Dinamarca é hoje o país do mundo com mais casos novos em relação à população: superou nesta quarta-feira o recorde anterior ao registrar 23.228 novas infecções em 24 horas. A incidência dinamarquesa significa que mais de um em 60 habitantes apresentou resultado positivo na semana passada.

No Reino Unido, 130 mil casos adicionais foram relatados na terça-feira na Inglaterra e no País de Gales. Uma campanha massiva de vacinação de reforço já aplicou doses suplementares a 57% dos maiores de 12 anos. De acordo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, 90% dos pacientes com Covid-19 internados em terapia intensiva não receberam a terceira dose.

Na Espanha, onde quase 100 mil foram atingidos, o governo anunciou que na segunda-feira vai reduzir a quarentena de dez para sete dias para pessoas infectadas pela necessidade de encontrar um equilíbrio entre “saúde pública” e “crescimento econômico”, disse o presidente Pedro Sánchez.

O aumento de contágios chegou à América Latina e Caribe, onde a epidemia parecia estar em retrocesso há algumas semanas. No momento, os contágios se aceleram na região, que acumula 47 milhões de infecções e quase 1,6 milhão de mortes.

A propagação coincide com o aumento de casos da variante Ômicron no Panamá, Colômbia, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, México, Cuba e Equador.

Na Argentina, os casos se multiplicaram por seis desde o início do mês.