O Rio Grande do Sul atingiu, nesta segunda-feira, o menor número de internações por coronavírus em unidades de terapia intensiva (UTIs). Nesta tarde, dos 1.630 pacientes em estado grave, o que equivale a 50,9% de lotação dos leitos disponíveis, só 166 pessoas tiveram diagnóstico confirmado de Covid-19. A quantidade representa o menor volume de pacientes internados em leitos de alta complexidade desde 4 de junho de 2020. Na ocasião, havia 158 hospitalizações por conta da doença. Para efeito de comparação, há nove meses, em 27 de março – pico da pandemia no país, as UTIs tinham 2.634 pacientes com o novo coronavírus.
Conforme a epidemiologista Carina Guedes Ramos, do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), a redução dos casos de Covid-19 está relacionada, principalmente, ao avanço da vacinação, combinado com a manutenção das medidas não farmacológicas, como uso de máscaras pela população.
“Temos um programa de vacinação muito forte e uma cultura de vacinar e acreditar na vacinação. As pessoas pediram e buscaram por vacinas”, considera.
Mesmo com a confirmação da transmissão comunitária da variante ômicron em Porto Alegre, Carina avalia que o cenário é positivo, embora seja preciso manter a cautela. “No momento não parece estar impactando, principalmente nos casos graves e óbitos. Isso provavelmente ocorre em função da vacinação. Em outros países também não impactou tanto em casos graves, são mais casos leves”, complementa.
A especialista também acredita que as festas de fim de ano e o período de férias podem refletir no sistema de saúde, com um possível crescimento das internações a partir da segunda quinzena de janeiro. Porém, segundo ela, a maioria dos casos deve ser de contaminações com sintomas leves.
O número de casos confirmados em dezembro no Estado atingiu o menor patamar em 20 meses, com 5.050 pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus até o dia 27. Pelo segundo mês seguido, houve redução das mortes por conta da doença, com 207 óbitos. Dezembro se mantém como terceiro mês menos letal de toda pandemia no Estado, ficando atrás de abril (60) e maio (182) do ano passado.
