Dados do Ministério de Minas e Energia (MME) apontam que os gastos da crise hídrica e o uso de termoelétricas e com a importação de energia da Argentina e do Uruguai somaram R$ 16,8 bilhões até outubro. Em 2021 foram acionadas todas as usinas térmicas, independente do gasto com cada uma, para garantir o fornecimento de energia e evitar um novo apagão no País. E quem pagou foram todos os consumidores, por meio da conta de luz.
Em julho, o MME estimou que essas mesmas ações somariam R$ 13,1 bilhões até novembro deste ano. O custo com o uso de térmicas é repassado aos consumidores por meio das bandeiras tarifárias – taxa cobrada quando há necessidade de acionar usinas mais caras, sendo que no período a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajustou em 52% a taxa.
Esse, aliás, foi o alerta para que o governo tenha criado a chamada “bandeira escassez hídrica”, que representa a cobrança de R$ 14,20 extras a cada 100 quilowatts-hora (kwh) consumidos. O novo patamar passou a vigorar em setembro e tem previsão de valer até abril.
De acordo com dados da própria Aneel, a Conta Bandeiras registra rombo acumulado de R$ 12,01 bilhões até outubro. Para evitar um “tarifaço” no próximo ano, o Executivo publicou uma medida provisória que abre espaço para uma nova operação de crédito para as empresas do setor para fazer frente aos custos.