Em um dia tenso nos mercados externos, o dólar aproximou-se de R$ 5,75 e fechou no maior nível desde março. A bolsa caiu mais de 2%, influenciada por preocupações com o avanço da variante Ômicron do novo coronavírus e por dificuldades na aprovação de um pacote de investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos.
O dólar comercial encerrou a segunda-feira vendido a R$ 5,743, com alta de R$ 0,058 (+1,02%). A cotação chegou a operar próxima da estabilidade durante a manhã, mas intensificou a alta durante a tarde, em meio ao acirramento do pessimismo no mercado externo.
A cotação está no maior nível desde 30 de março, quando tinha fechado em R$ 5,762. A divisa acumula alta de 1,9% em dezembro. Em 2021, a valorização chega a 10,68%.
O dia também se manteve tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 104.871 pontos, com recuo de 2,17%. Apesar da queda nesta segunda-feira, o indicador acumula alta de 3,05% em dezembro. No ano, as perdas atingem 11,76%.
O mercado global teve um dia de nervosismo, em meio a receios de que o crescimento de casos de Covid-19 provocado pela variante Ômicron obrigue os países a adotar novas medidas de restrição e de distanciamento social. Nos Estados Unidos, o anúncio de que um senador democrata pretende votar contra o pacote de investimentos em infraestrutura proposto pelo governo de Joe Biden contribuiu para ampliar o pessimismo internacional.
No Brasil, as negociações em torno do Orçamento de 2022 pesaram. O anúncio do valor do salário mínimo para o próximo ano, em R$ 1.210, e as negociações para incorporar R$ 2,8 bilhões para reajuste a forças federais de segurança vêm sendo acompanhadas com tensão pelos investidores. Há o receito de que o Congresso ceda a pressões para o aumento de gastos públicos no ano que vem.