Na corrida ao Piratini, Heinze admite dividir apoio de Bolsonaro com Onyx Lorenzoni

Senador será candidato do Progressistas ao Governo do Rio Grande do Sul

Filiado ao Progressistas, político é um articulador das ideias do presidente no Congresso. Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O senador Luis Carlos Heinze (Progressistas), que viu o sonho de concorrer ao principal cargo do Executivo gaúcho ser adiado em quatro anos após a união de seu partido com o PSDB de Eduardo Leite em 2018, prepara uma nova investida pelo Palácio Piratini. Eleito senador há três anos, tendo mandato garantido por mais cinco, ele garante que será candidato ao Governo do Rio Grande do Sul em 2022.

Até o momento, o seu principal trunfo é a proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL) – outro que fala abertamente sobre as suas pretensões políticas no ano que vem, quando disputará a reeleição. Só que o apoio do atual chefe do Palácio do Planalto não será exclusivo. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, Heinze revelou que já há um acerto para que ele e Onyx Lorenzoni (DEM) dividam o apoio do político no Estado.

“Já estamos trabalhando este assunto no partido. Fizemos nove encontros regionais. Encerramos, no sábado passado, na Assembleia, um grande encontro do Rio Grande do Sul inteiro – com vereadores, prefeitos e lideranças. É um assunto que, dentro da legenda, já está mobilizando a todos. A sociedade também já tem aceitado o nosso nome como pré-candidatos. Estamos trabalhando fortemente”, afirma o senador.

Lorenzoni e Heinze são dois dos aliados mais fieis de Bolsonaro em Brasília. O primeiro faz parte do Governo desde o período de transição, tendo passado por três ministérios nos três anos de gestão. Já o segundo é um articulador das ideias do presidente no Congresso, e ficou marcado por integrar a tropa de choque de oposição às lideranças da CPI da Covid, formada majoritariamente por desafetos do presidente da República.

“Eu disse a Bolsonaro que Onyx é meu parceiro, já trabalhamos juntos. Nosso projeto em 2018 era o mesmo: eu era o cabeça de chapa e o vice era do Democratas, naquele instante. Sou candidato e o presidente sabe disso. E ele quer dois palanques no Rio Grande do Sul. Ele não pode preterir alguém em função do outro. Lá na frente, as coisas podem ser acertadas. Ambos somos candidatos”, ressalta Heinze.

Outros três políticos já anunciaram, publicamente, a intenção de concorrer ao Governo do Rio Grande do Sul. Todos eles são do espectro político oposto à direita representada por Heinze e Lorenzoni. Na lista, aparecem o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), o deputado estadual Edegar Pretto (PT) e o vereador Pedro Ruas (PSOL). Um dos partidos mais fortes no Estado, o MDB, trabalha para definir o seu nome em breve.