Na semana em que os sites do Ministério da Saúde, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União sofreram uma série de ataques hackers, o Senado Federal aprovou a adesão do Brasil à Convenção sobre Crime Cibernético. A matéria, que teve como relator o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
A Convenção de Budapeste, celebrada na Hungria há 20 anos, foi o primeiro tratado internacional sobre os chamados cibercrimes. Um dos pontos do documento tem a ver com o combate aos ataques hackers, como os registrados pelo governo nos últimos dias. O documento aborda o acesso indevido e não autorizado a um sistema de computador, fraudes e violações de segurança de redes.
Outras questões levantadas no texto têm a ver com a criminalização de condutas, normas para investigação e produção de provas eletrônicas, meios de cooperação internacional e procedimentos uniformes para tratar material de abuso sexual infantil.
Elaborado pelo Comitê Europeu para os Problemas Criminais, com o apoio de uma comissão de especialistas, o documento facilita ainda cooperação internacional para o combate aos crimes cometidos por meio da internet. Até junho de 2021, 66 países assinaram a Convenção e outros 158 a usam como orientação para suas legislações nacionais.
Ataques hackers
Os ataques hackers começaram na última sexta-feira pelo site do Ministério da Saúde. A investida aconteceu durante a madrugada e desestabilizou sistemas internos como intranet, acesso ao e-mail corporativo e até mesmo a rede de telefonia ficaram fora do ar.
A derrubada das plataformas da pasta também afetou a emissão do comprovante de imunização contra a Covid-19 por meio do aplicativo ConecteSUS. A função permanecia indisponível até a manhã desta sexta-feira. O Ministério da Saúde acredita que deve voltar a emitir comprovantes de vacinação até o fim da semana.
Ao comentar os ataques, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta estava sendo vítima de criminosos que atrapalham o governo. “Estamos trabalhando de maneira intensa para que tudo seja restabelecido. Houve outro ataque. Infelizmente, somos vítimas dessas figuras que têm, de maneira criminosa, tentado o invadir o sistema”, afirmou o ministro, em entrevista à imprensa na segunda-feira. “Eles não conseguem invadir, mas (isso) tumultua, atrapalha”, finalizou.
A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que a tentativa de invasão do armazenamento em nuvem ocorreu na segunda-feira, por volta de 17h40min. Não houve perda de dados já que a Controladoria conta com backup.
Na Polícia Rodoviária Federal (PRF), o incidente de segurança provocou indisponibilidade de alguns sistemas, entre eles o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), mas não houve vazamento de dados.