Bolsonaro nega ter pedido investigação contra Ciro e Cid Gomes

Presidente disse estar sendo acusado por ‘aquela duplinha do Ceará’, mas que não pode ‘interferir na PF’

Foto: Valdenio Vieira/PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), negou hoje ter sido o responsável pela operação da Polícia Federal que investiga o ex-ministro Ciro Gomes e o senador Cid Gomes. Em live na noite desta quinta-feira, Bolsonaro disse que pretendia mandar um recado para “aquela duplinha do Ceará que vive metendo o dedo na cara de todo mundo”.

“Eu não tenho como interferir na PF. Essa operação começou em 2017”, pontuou o presidente. Bolsonaro se referiu à investigação que apura um suposto pagamento de propina no processo de licitação para as obras da Arena Castelão, em Fortaleza.

Após a deflagração da operação, Ciro Gomes afirmou que “não resta mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num estado policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”. Delações premiadas de sócios e executivos da Galvão Engenharia, empresa que venceu a licitação para a reforma da Arena Castelão, citaram a existência de empresas de fachada, alcunha falsa em planilha, notas fiscais frias, uso de advogados e indícios de pagamento de R$ 11 milhões.

Bolsonaro esteve na formatura do curso de formação de profissionais da Polícia Federal, nessa manhã, e relacionou os dois eventos. “Vou dizer para a dupla: tem mais 670 policiais federais na rua a partir do ano que vem. Isso porque dizem que eu não combato a corrupção. Pode haver corrupção no governo? Pode, nunca se sabe. Mas vamos sempre correr atrás para elucidar os fatos”, declarou.

Vacinação
O presidente abriu a live comentando a aprovação do uso de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade. Disse que a população precisa conhecer os nomes dos responsáveis pela liberação e avaliou que os pais devem julgar se os filhos vão ou não receber o imunizante. “Tenho uma filha de 11 anos, vou estudar com minha esposa para saber qual decisão vamos tomar.”

Bolsonaro voltou a responsabilizar a política de isolamento social de 2020 pela crise econômica e disse que o socorro do governo federal aos estados e municípios é algo que “nunca se viu na história”.