O Rio Grande do Sul já soma cinco casos da nova cepa da influenza A (gripe), a H3N2. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirma a informação, mas ainda não revela em quais municípios as pessoas contaminadas pela variante residem. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Porto Alegre ainda não registra casos dessa mutação do vírus.
“São casos não relacionados entre si, em residentes de cinco cidades diferentes. As amostras foram enviadas posteriormente para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para o sequenciamento genético que indica a linhagem”, informou a SES, que monitora a circulação da Influenza através de exames realizados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), incluindo casos leves (sem hospitalizações) ou que evoluíram para internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que num primeiro momento tenham resultado não-detectável para o coronavírus.
O surgimento da cepa vai de encontro a um alerta mencionado por especialistas de que havia risco de outros tipos de doenças respiratórias, além de variantes do coronavírus, surgirem em meio à pandemia. Além do Rio Grande do Sul, a nova variante da gripe já provocou surtos em outros estados, como Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), há indícios de que o H3N2 teria vindo do hemisfério norte, onde é inverno atualmente, atingindo os principais centros urbanos do País em virtude da maior circulação de passageiros.
A Fiocruz também salienta que a maioria das ocorrências ainda está relacionada ao coronavírus e se concentra em pessoas com idades entre os dez aos 29 anos – faixa etária com um número menor de imunizados contra a Covid-19. Já no caso das crianças de zero a 9 anos, os resultados laboratoriais associados a esses casos seguem apontando predomínio de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acompanha a tendência de aumento de casos de SRAG nessa faixa etária.
Como forma de prevenção, a fundação alerta, ainda, para que a população se vacine e mantenha os protocolos de distanciamento físico, higienização das mãos e uso de máscaras, sobretudo em locais fechados.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe teve início em abril, sendo prorrogada devido à baixa cobertura atingida e encerrada em 30 de setembro. A meta do governo para a imunização era vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários, que incluía crianças, gestantes, puérperas, idosos, indígenas e trabalhadores da saúde. No entanto, apenas 78% desse público-alvo, em média, tomou a vacina neste ano.