Onyx rebate Guedes e sugere que ministro precisa de humildade e foco em reformas

Chefe da Economia criticou Lorenzoni durante almoço com empresários

Reforma administrativa de Paulo Guedes está parada na Câmara desde setembro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, acredita que a falta de experiência de Paulo Guedes no trato das questões parlamentares vem prejudicando a tramitação da reforma administrativa no Congresso. “É preciso ter humildade, resiliência e foco. As pessoas se perdem quando buscam nos outros a resposta para problemas que estão enfrentando. Ele tenta distribuir responsabilidades”, dispara.

A declaração feita nesta quarta-feira (15) à Rádio Guaíba é uma resposta direta à fala do chamado “posto Ipiranga” em um almoço promovido pela Esfera Brasil, em São Paulo, na última sexta. Na oportunidade, o ministro da Economia disse que o projeto não andou em razão dos colegas “que preferem não mexer em nada”. Ele se referia a Onyx e Rogério Marinho, que é chefe da pasta do Desenvolvimento Regional.

“Ele vem sendo bastante pressionado – e enfrentamos uma série de circunstâncias que não dependem da vontade dele, nem da nossa. É um cenário mundial de aumento do preço do petróleo, da inflação, de demanda por alimentos. Temos uma série de fatores que levaram a economia, especialmente no ocidente, a enfrentar dificuldades”, minimiza Onyx, ainda em resposta à crítica feita por Guedes.

Reforma parada

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, chamada pelo Palácio do Planalto de reforma administrativa, está parada desde setembro na Câmara dos Deputados. Para voltar a andar, precisa ser votada no plenário da Casa, em dois turnos, tendo apoio de 3/5 dos parlamentares. No momento, esta adesão é considerada improvável – já que o texto descontenta tanto os partidos de esquerda, quanto parte da direita.

O projeto altera 27 trechos da Constituição e acrescenta outros 87, com o objetivo de reduzir as despesas obrigatórias do Governo. Neste ano, o montante corresponde a 93,7% do orçamento – sendo que grande parte do valor é relacionado à folha de pagamento dos funcionários públicos. A PEC ainda sugere mudanças no tipo de vínculo empregatício, dando fim à chamada estabilidade dos servidores.