O anúncio da condenação dos quatro réus do incêndio da boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, comoveu centenas de familiares, amigos e cidadãos de Santa Maria acompanharam os minutos finais do Tribunal do Júri, na tarde desta sexta-feira. Aplausos, choro e orações seguiram ao veredito final. Um telão, no Centro da cidade, transmitiu os dez dias de julgamento.
Mãe de uma das 242 vítimas da tragédia, Jaci Maravilha Chaves Soares, de 65 anos, declarou que, enfim, a Justiça havia sido feita. “Ele foi se divertir e não retornou mais. Hoje, sofro com a perda e fiquei com problemas de saúde. O julgamento demorou, mas agora ameniza. A dor da saudade continua”, desabafou.
O segurança Francisco de Assis Pereira Félix, de 63 anos, trabalhou na madrugada da tragédia. Ele conseguiu ajudar a salvar várias pessoas e, hoje, considerou a decisão correta. “Eles precisavam ser responsabilizados. Foi feita a Justiça”, avaliou.
As sentenças, proferidas pelo juiz Orlando Faccini Neto, condenaram Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, a 22 anos e 6 meses; Mauro Hoffmann a 19 anos e 6 meses; e os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, a 18 anos.
O juiz proferiu a decisão por volta das 18h. De acordo com o magistrado, o regime inicial é fechado mas, em razão de um habeas corpus preventivo concedido a um dos reús pelo Tribunal de Justiça, Faccini Neto suspendeu a prisão imediata, estendendo o benefício aos outros três – o que não é incomum em casos semelhantes.
Em Porto Alegre, familiares que acompanharam o julgamento desde o início também se manifestaram após a condenação dos quatro réus. Do lado de fora do Foro Central de Porto Alegre, onde o julgamento ocorria desde 1º de dezembro, muitos relataram sentimento de justiça pela tragédia e satisfação com a sentença.