Em um boletim divulgado nesta sexta-feira, pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defendem como medida fundamental o passaporte de vacinas, devido às mudanças no cenário epidemiológico no Brasil e no mundo com relação à transmissibilidade e à disseminação das novas variantes. Notas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já haviam recomendado estabelecer uma nova política de fronteiras e de restrições, alinhada às medidas de outros países que estudem adotar medida semelhante.
“Mantemos a defesa incondicional do passaporte vacinal. Grande parte dos países põe restrições para evitar o alastramento da Covid-19 nos seus territórios. O Brasil não pode caminhar na contramão, sob o risco de se tornar o destino de pessoas não vacinadas, que oferecem mais riscos para a difusão da doença”, dizem os pesquisadores.
Eles também entendem haver ausência e falta de qualidade nos dados disponíveis, o que gera incerteza na descrição do quadro epidemiológico do país. “Há problemas nos dados disponibilizados, incorrendo em significativa subnotificação”, ressalta a Fiocruz.
O documento alerta ainda que, embora o avanço da cobertura vacinal no país esteja trazendo benefícios para a mitigação da pandemia, essa estratégia não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população. A Fiocruz reforça a importância do monitoramento da intensidade com que as pessoas vêm retornando a circulação pelas ruas, diante da proximidade das férias escolares e festas de fim de ano.
Segundo os pesquisadores, os dados permitem dizer que há circulação de grande intensidade e que esse padrão é especialmente preocupante em um cenário no qual os índices de transmissão seguem estáveis e ainda altos no país.