A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira, operação policial de combate ao crime de extorsão, estelionato e associação criminosa em golpe que envolve a venda de casas na Região Metropolitana de Porto Alegre. A ação é realizada em seis municípios do Rio Grande do Sul, sendo eles: Canoas, Esteio, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Gravataí e Ijuí. Os policiais cumprem 18 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão temporária. Até o momento, quatro pessoas foram presas.
As investigações tiveram início em fevereiro deste ano a partir de diversas ocorrências policiais registradas, por mais de 15 vítimas, as quais relataram o modus operandi da organização criminosa.
Com era aplicado o golpe
A forma do golpe consistia em criar anúncios em classificados virtuais de redes sociais da venda de um imóvel no bairro Rio Branco, em Canoas. Assim que as vítimas entram em contato com o suposto dono do imóvel, as partes estabelecem negociações em que são definidas as bases do acordo e o valor a ser pago. Para seduzir as vítimas a fechar o negócio, dar aparência de legitimidade e boa fé, os investigados costumam combinar um horário com as vítimas para assinatura de um contrato em tabelionato. Após a assinatura do referido acordo, as vítimas realizam transferências bancárias em nome de terceiros e em alguns casos realizam pagamento em mãos aos suspeitos para obter a posse do imóvel.
Após o pagamento é praxe da organização criminosa entrar em contato com as vítimas e durante o diálogo são feitas ameaças à vida delas, apresentam fotografias de armas e dizem ser penitenciários. A intenção é amedrontar as vítimas para que elas saiam da residência ou que nem ingressem na posse e dessa forma continuar o ciclo criminoso.
Segundo a delegada Tatiana, “a organização criminosa possui uma estrutura bem articulada e com divisão de tarefas específicas para cada envolvido, utilizando-se, além do golpe, de intimidações e ameaças que culminam no abandono da residência e no início de um novo ciclo de venda, com o mesmo modus operandi, com outras vítimas”, explica.
Conforme apurado pela investigação, a quadrilha lesou as vítimas em mais de R$ 800 mil. A operação conta com apoio da Susepe e o emprego de aproximadamente 100 policiais civis.