Arquiteta relata que não teve retorno da Kiss sobre projeto de reforma na parte acústica

Ministério Público alega que obras foram feitas sem responsável técnico

Nivia da Silva Braido depôs nesta terça | Foto: Ricardo Giusti/CP

Nivia da Silva Braido depôs no julgamento do incêndio da boate Kiss, no começo da tarde desta terça, em Porto Alegre. Inicialmente chamada como testemunha pelo Ministério Público (MP), ela teve o depoimento questionado pelos advogados de defesa, por já ter namorado um ex-advogado da associação de vítimas e sobreviventes da tragédia. Assim, o juiz Orlando Faccini Neto decidiu ouvir a arquiteta como informante.

A arquiteta relatou ter sido chamada pelo réu, Elissandro Spohr, o Kiko, para reformas na parte acústica da boate. Porém, ao entregar uma proposta ao sócio da Kiss, não teve retorno. A reforma, segundo ela, ocorreu então sem um responsável técnico – conforme sustenta o MP.

Conforme a arquiteta, Kiko a procurou devido a ações do MP sobre o barulho e acústica da boate. Nivia afirmou que frequentou o local após as reformas e notou que algumas das sugestões foram feitas, mas não percebeu questões sobre o uso de espuma para isolamento acústico, material considerado um dos responsáveis pelo incêndio na boate.

“Mesmo questões acústicas precisam de um engenheiro ou arquiteto como responsável técnico”, explicou.

A defesa dos réus, porém, sustenta que a fiscalização cabia ao MP, situação que vem gerando discussão entre os promotores a bancada dos advogados de defesa. O depoimento se encerrou por volta das 14h25min. Na sequência, passou a depor o bombeiro Gerson da Rosa Pereira, testemunha arrolada pela defesa de Spohr.